Depois que a polícia finaliza a perícia e libera os locais onde ocorreram mortes, alguém precisa limpar essas áreas, repletas de marcas de sangue, fluídos corporais e até mesmo pedaços de pele. É aí que começa o trabalho das empresas especializadas em limpeza pós-morte. As informações são do UOL.
O serviço, comum nos Estados Unidos e na Europa, também existe no Brasil. Por aqui, os preços variam entre R$ 1.290 e R$ 10 mil e dependem do tamanho da residência, das características do imóvel e do número de dias necessários para finalizar a limpeza, segundo dois empresários do ramo ouvidos pela reportagem do UOL.
A Polícia Cientifica de São Paulo informou que, a partir do momento que a equipe forense sai do local de um crime, não há impedimento para realizar o serviço de limpeza.
Em alguns casos, é preciso tirar até o vaso sanitário
Inspirado por empresas norte-americanas, o empresário Paulo Silva, 42, fundou a Attuale Brasil no final de 2010, em São Paulo. A empresa faz a limpeza de cenas de homicídios e suicídios e outros três serviços: limpeza de pós-incêndio, de casas de acumuladores compulsivos --comportamento caracterizado pelo acúmulo de itens-- e de cozinha industrial.
O faturamento mensal é de cerca de R$ 80 mil, sendo que o trabalho em locais de morte representa 20% do total, disse o empresário. O lucro não foi revelado. Além de São Paulo, a empresa atende no Rio de Janeiro e no Paraná.
Por mês, segundo Silva, a empresa faz quatro limpezas de cenas de morte. O preço do serviço depende de cada caso, mas geralmente custa entre R$ 3.000 e R$ 4.000. Ele falou que leva no mínimo dois dias para higienizar todo o espaço infectado com os fluídos corporais da pessoa falecida. Equipamentos de proteção, como jaleco e luvas, são usados no trabalho.
"Primeiro fazemos a remoção e embalamos todos os itens contaminados, como colchões e lençóis, e depois iniciamos a limpeza com produtos bactericidas hospitalares. Se a pessoa morreu no banheiro, por exemplo, temos que remover até o vaso sanitário", disse.
Depois que o ambiente todo é higienizado, o empresário falou que usa luz negra para verificar se ainda restou alguma mancha de sangue, além de equipamentos que pulverizam as bactérias do ar. Todo o material infectado é encaminhado para a prefeitura.