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Raro cometa interestelar se aproxima da Terra: saiba se será possível vê-lo a olho nu

Mesmo no ponto mais favorável de observação, o corpo celeste estará a cerca de 270 milhões de quilômetros de distância e não poderá ser visto a olho nu.

Cometa 3I/ATLAS se aproxima da Terra | Foto: M Hopkins/equipe Ōtautahi-Oxford; mapa base: Esa/Gaia/DPAC, S Payne-Wardenaar
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O cometa 3I/ATLAS, um raro visitante vindo de fora do Sistema Solar, se aproxima da Terra e terá seu ápice de visibilidade na sexta-feira (19). Mesmo no ponto mais favorável de observação, o corpo celeste estará a cerca de 270 milhões de quilômetros de distância e não poderá ser visto a olho nu.

Quando e como observar o cometa

A observação do 3I/ATLAS exige equipamentos específicos. De acordo com astrônomos, binóculos comuns dificilmente serão suficientes. A recomendação é o uso de telescópios amadores de médio porte, com abertura superior a 150 ou 200 milímetros, ou equipamentos maiores, que costumam custar a partir de R$ 2.500.

O cometa voltou a ser visível no céu desde o início de dezembro, após passar um período atrás do Sol. Ele pode ser localizado nas madrugadas próximas à sexta-feira, antes do nascer do sol, em direção ao leste. Para melhores condições de observação, a orientação é buscar locais com pouca poluição luminosa.

Imagens recentes mostram que o 3I/ATLAS tem apresentado aumento de atividade e brilho à medida que se aproxima do Sol, o que reforça o interesse da comunidade científica.

O que é o cometa 3I/ATLAS

O 3I/ATLAS é apenas o terceiro cometa interestelar já identificado pela ciência, depois de ʻOumuamua, em 2017, e Borisov, em 2019. Esses objetos são considerados forasteiros cósmicos, formados em torno de outras estrelas e lançados ao espaço há bilhões de anos.

Descoberto em julho de 2025 por um telescópio do projeto ATLAS, no Chile, o cometa cruzou recentemente a órbita de Marte. No início de outubro, duas sondas que orbitam o planeta vermelho conseguiram registrar imagens detalhadas do corpo celeste.

Pela trajetória e pela velocidade, astrônomos avaliam que o 3I/ATLAS pode ser até 3 bilhões de anos mais antigo que o Sol, o que o torna uma relíquia da formação de outros sistemas planetários.

Segundo o astrônomo Cássio Barbosa, do Centro Universitário FEI, o 3I/ATLAS apresentou características inesperadas, como uma composição química com excesso de níquel em comparação aos cometas do Sistema Solar, além da possível idade superior à do próprio Sol.

Por ser um objeto interestelar, o cometa representa uma oportunidade rara para o estudo de material formado em outro sistema estelar. As análises podem trazer pistas importantes sobre a formação de planetas e a composição de discos protoplanetários fora do nosso Sistema Solar.

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