O ano novo é uma das datas mais especiais do ano, por representar o fim de um ciclo e o inicio de outro. Não é atoa que muitas pessoas usam a data para fazer pedidos, planos e até simpatias para que a “nova safra” seja boa. Atualmente, a virada do ano possui conceitos muito mais simbólicos do que realmente práticos. Toda essa subjetividade já começa pelo nome.
O termo Réveillon, usado para designar a virada de ano, vem do francês. A tradução do verbo para o português, significa “despertar”. As pessoas nas ruas, os fogos de artificio, as roupas brancas e o brinde com espumante representam juntas esse momento de festa e mudança.
Apesar de existir muitas regiões do mundo aonde essa festa ocorre em outra época do ano, na maioria dos países ocidentais se adotou como festa de ano novo na virada do dia 31 de dezembro para 1° de janeiro.
Até o século VIII antes de Cristo, o ano possui 10 meses lunares, que se iniciava sempre na primavera, que se iniciava em meados de março. Esse sistema, que havia sido adotado pelos egípcios anteriormente, não era muito eficaz. Isso por que o ritmo dos meses não se ajustava muito bem as estações, o que prejudicava a dominante atividade nos campos. Então o segundo rei de Roma, Numa Pompilio, resolveu fazer algumas alterações. Ele acrescentou o 11° mês, ianarius (janeiro), e o décimo-segundo, februarius (fevereiro). Ainda assim, o ano romano continuou a começar na primavera até 153 a. C.
Todos os anos, naquela época, em Roma, os cônsules romanos eram nomeados anualmente pelo Senado nos idos de março. Mas em 153 a. C, havia duas guerras em curso, e o o General Quinto Fulvio Nobilior pediu ao Senado que se antecipasse a data das nomeações. O Senado então concedeu o desejo, adiantando o inicio do ano para janeiro. Esse novo esquema de calendário acabou sendo adotado, e depois de muito estudo, alterou-se o calendário de Roma, que deu lugar, em 46 a. C. ao calendário Juliano, organizado pelo sábio Sosígenes de Alexandria e que deve o seu nome a uma homenagem a Julio Cesar.
Ainda sim, mesmo com a mudança do calendário, quase o mundo inteiro ainda continuou comemorando a virada de ano em outras datas. A preferida continuava a ser em 25 de março. Ainda demoraria muitos séculos até que o dia 1° de janeiro fosse adotado na maior parte do mundo.
Foi só em 1350, que Pedro IV de Aragón definiu o dia do Natal, 25 de dezembro, como o ano novo oficial. E o mesmo foi adotado por outros monarcas entre os séculos XIV e XV. Em consequência ao êxito de sua expansão para a Europa desde o século XII, no século XVI o reino da Espanha adotou o dia 1° de janeiro como a data do início do ano, e com o passar do tempo, isso se alastrou pelo ocidente. Concluindo, a comemoração do ano novo em 1° de janeiro é bem recente, e remonta a poucos séculos atrás. Além disso, grande parte do mundo, principalmente regiões não cristãs continuam a comemorar a virada do ano em outras datas.