Preso de 79 anos é maior assassino em série da história dos EUA

O FBI confirmou que Samiel Little, que confessou ter cometido 93 assassinatos ao longo de quatro décadas, é o maior assassino em série da história dos Estados Unidos.

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A polícia atribuiu até agora a Little, de 79 anos, a responsabilidade por 50 mortes entre 1970 a 2005. Ele cumpre pena de prisão perpétua desde 2012 pelo assassinato de três mulheres.

O criminoso tinha como alvo mulheres marginalizadas e em estado de vulnerabilidade, principalmente negras, muitas das quais eram profissionais do sexo ou usuárias de drogas, dizem as autoridades.

Ex-pugilista, Little dava socos nas vítimas antes de estrangulá-las, o que significa que nem sempre havia "sinais óbvios" de que a pessoa havia sido brutalmente assassinada.

Algumas dessas mortes nunca foram investigadas pelo FBI por causa disso, e muitas foram incorretamente consideradas frutos de abuso de drogas ou acidentais. Alguns corpos nunca foram encontrados.

"Sem marcas de facadas ou ferimentos de bala, muitas dessas mortes não foram classificadas como homicídios, mas atribuídas a overdoses, acidentes ou causas naturais", disse o FBI em um relatório em novembro do ano passado.

Crimes tinham motivação sexual

Segundo os jornais americanos The Washington Post e The New York Times, o criminoso conquistava a confiança das vítimas para depois estuprá-las e estrangulá-las.

A promotora Beth Silverman afirmou que os crimes tinham motivação sexual, mas Little fica ofendido quando é chamado de estuprador. Ele alegou ter "problemas de ereção", mas investigadores encontraram sêmen em corpos e roupas de suas vítimas.

Direito de imagemWISE COUNTY JAILImage captionLittle cumpre pena de prisão perpétua desde 2012 pelos assassinatos de três mulheres

A maneira como ele atingia a satisfação sexual era durante o estrangulamento, disse Silverman ao The New York Times. Em comunicado divulgado na segunda-feira, o FBI disse acreditar que "todas as suas confissões são críveis".

"Por muitos anos, Samuel Little acreditou que não seria pego, porque achava que ninguém estava prestando atenção às suas vítimas", disse Christie Palazzolo, analista de crimes da agência americana, que é equivalente à Polícia Federal do Brasil.

"Mesmo que ele já esteja na prisão, o FBI acredita que é importante fazer justiça para cada vítima, concluir todos os casos possíveis."

A polícia ainda está trabalhando para verificar os 43 assassinatos restantes que ele confessou ter cometido.

FBI divulgou retratos para tentar identificar vítimas

As autoridades divulgaram informações adicionais sobre cinco casos nos Estados de Kentucky, Flórida, Louisiana, Nevada e Arkansas na esperança de identificar as vítimas.

A agência havia compartilhado anteriormente os retratos que Little fez de suas vítimas, desenhados por ele na prisão, em um esforço para saber quem eram essas mulheres. Também publicaram videoclipes das entrevistas, onde ele descreveu em detalhes os assassinatos.

Em um dos casos, Little descreveu ter conhecido uma jovem transexual negra chamada Marianne ou Mary Ann em Miami, na Flórida, no início dos anos 1970.

Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionLittle fala com empolgação de seus crimes, chegando a rir quando se lembra de detalhes, dizem investigadores

Ele contou ter matado a jovem de 19 anos em uma garagem perto de uma plantação de cana-de-açúcar e arrastado o corpo dela para dentro de uma região pantanosa.

Em outro caso, Little detalhou como estrangulou uma mulher em 1993 em um quarto de motel em Las Vegas. Ele se lembrou de ter conhecido o filho dela antes disso e até apertado sua mão. Depois de matá-la, dirigiu até os arredores da cidade e jogou seu corpo de um barranco.

'Deus sabia de tudo que eu fazia'

Autoridades disseram que a memória de Little dos assassinatos tem sido quase sempre precisa, mas ele não consegue se lembrar de datas específicas, o que dificulta a investigação. Não está claro se ele enfrentará mais acusações pelas recentes confissões.

Little foi preso em 2012 por uma acusação sobre drogas no Kentucky e enviado para a Califórnia, onde policiais realizaram testes de DNA nele. Little já tinha uma extensa ficha criminal, condenado por crimes como assalto à mão armada e estupro.

Os resultados do exames o ligaram a três assassinatos não resolvidos cometidos entre 1987 e 1989 no Condado de Los Angeles. Ele se declarou inocente, mas foi condenado e sentenciado à prisão perpétua, sem chance de liberdade condicional.

Segundo os investigadores, Little fala com empolgação de seus crimes, chegando a rir quando se lembra de detalhes. "É um psicopata carismático", dizem policiais que tiveram contato com ele.

Ele também não dá demonstrações de remorso. À policial Crystal LeBlanc, ele afirmou: "Deus me fez dessa maneira, então por que eu deveria pedir perdão?". E acrescentou, segundo o New York Times: "Deus sabia de tudo que eu fazia".

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