Muitos pais ficam chateados com os filhos por conta das notas baixas. A ausência de horários de estudo, rotina inadequada e ausência de horários podem ser os principais vilões. No entanto, alguns transtornos, como TDAH, também podem estar envolvidos nesta problemática familiar, bastante comum nos lares brasileiros.
A condição é tão comum que atinge até 2 milhões de pessoas no Brasil ao ano, segundo dados do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.
Quem explica melhor isso é a psicopedagoga Elidimar Almada, que conta que o apoio psicopedagógico pode evitar problemas futuros. “Ultimamente a dificuldade mais comum que aparece em clínica é o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, o TDAH, porque este acarreta uma série de outros problemas, dentre eles as notas baixas e daí a preocupação dos pais”, avalia a profissional.
A psicopedagoga afirma que é necessário bastante atenção no estudo dos pequenos. “Quando os filhos não estão apresentando um bom rendimento nas atividades escolares, com dificuldade em assimilar determinado conteúdo, mudanças no comportamento, são alguns sinais de alerta”, explica
A escola tem papel fundamental neste paradigma. “É muito importante a escola manter um atendimento educacional especializado, pois alguns tipos de dificuldade requerem provas e conteúdos adaptados para esses alunos. Geralmente esses alunos vêm encaminhados pelos psicólogos, que durante a consulta detectam alguma dificuldade que necessita de atendimento psicopedagógico, como desatenção, letra não legível, dificuldade com números, leitura, etc.”, exemplifica Almada.
Déficit de atenção não é o único fator para notas baixas
Mas nem tudo são transtornos. Muitas crianças podem ter notas baixas pelo simples fato de não terem uma rotina de estudo adequada. “Criar uma rotina com horários bem definidos para estudar, brincar, passear, etc, contextualizar sempre que possível, o que criança viu na escola, mostrar-se interessado pelo que a criança estudou, perguntando como foi o dia dela na escola e o que aprendeu, isso vai fazer com que a criança veja sentido e importância nos estudos”, considera Elidimar Almada, psicopedagoga.
Os problemas para casos mal tratados podem ser levados para a vida adulta. “Pode acarretar na distorção entre a série e a idade, o que pode impedir o aluno de continuar os estudos, por sentir vergonha, e consequentemente não obter uma graduação que o qualifique melhor para o mercado de trabalho”, revela a psicopedagoga.
Elidimar Almada explica que criança com dificuldade geralmente se sente discriminada. “Além de incompetente, envergonhada diante de todos, internaliza que não consegue aprender e por isso perde a vontade de tentar aprender”, finaliza a profissional.