O Vaticano publicou o documento “Una Caro – Elogio della Monogamia”, reafirmando que relações sexuais podem ocorrer por prazer, e não apenas com finalidade reprodutiva. O texto, que não cria novas normas, foi elaborado durante o pontificado do Papa Francisco como resposta a bispos africanos que lidam com a poligamia como prática cultural local. A divulgação reacendeu debates sobre o que a Igreja Católica considera permitido, proibido ou orientado em relação ao sexo.
Métodos Contraceptivos
A Igreja mantém a posição histórica de não apoiar métodos contraceptivos artificiais. Preservativos e anticoncepcionais modernos seguem proibidos, com recomendação de uso dos ritmos naturais de fertilidade.
Mesmo reconhecendo que o sexo pode ocorrer sem intenção de procriar, o novo documento reforça a orientação de observar períodos inférteis da mulher:
“É lícito levar em conta os ritmos naturais [...] somente nos períodos inférteis.”
Entre as alternativas promovidas por organismos católicos está o Método Billings, baseado na observação do muco cervical. Apesar disso, o método pode falhar.
O Catecismo também destaca que a continência periódica e os métodos naturais respeitam o corpo e favorecem “a educação de uma liberdade autêntica”.
Relações Sexuais Fora do Casamento
A Igreja continua categórica: sexo só é permitido dentro do casamento. Relações antes do matrimônio permanecem não aprovadas pela doutrina. O documento reforça:
“A união matrimonial [...] só é possível entre duas pessoas.”
Poligamia, Poliamor e Relações Abertas
O texto reafirma que o matrimônio católico é exclusivo e indivisível. Portanto, relações abertas, poliamorosas ou que envolvam terceiros são rejeitadas.
“Somente dois podem se entregar plena e completamente [...] a pertença mútua não pode ser compartilhada.”
Inseminação Artificial
Apesar de incentivar a abertura à vida, a Igreja estabelece que a procriação deve resultar da união sexual do casal. O documento esclarece que a infertilidade não invalida um casamento.
O Catecismo é explícito:
“Inseminação e fecundação artificiais homólogas continuam moralmente inaceitáveis.”
Esposos inférteis são convidados a adotar ou contribuir com serviços ao próximo, como expressão de fecundidade espiritual.
Sexo Anal e Oral
O novo texto não aborda práticas específicas, mas orientações internas classificam sexo anal e oral como atos “não naturais”, por estarem desvinculados da fecundação. O sexo oral, quando usado como ato principal, é considerado imoral por teólogos católicos, devendo ser apenas preliminar subordinado ao coito vaginal.
A orientação geral permanece: o meio natural é a penetração vaginal, vista como o ato pleno do matrimônio. Sobre atos homossexuais, o Catecismo afirma que são “intrinsecamente desordenados” e “não podem, em caso algum, ser aprovados”.
Masturbação
A Igreja define a masturbação como um ato moralmente incorreto, por romper a lógica de doação mútua do matrimônio e deslocar o uso da sexualidade para um objetivo individual.
“O uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais contradiz sua finalidade.”
Pornografia
A pornografia também é proibida, por distorcer a sexualidade e ferir a dignidade humana. Além disso, está frequentemente associada à masturbação, que já é condenada.
O Catecismo afirma que:
“Ofende a castidade, desnatura o ato conjugal e transforma pessoas em objetos de prazer e lucro. É pecado grave.”