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Planeta ultrapassa sete de nove fronteiras seguras; oceanos entram em área de risco

Planeta ultrapassa sete dos nove limites ambientais, incluindo acidificação dos oceanos. Entenda o impacto e o que os cientistas alertam sobre o futuro.

Planeta ultrapassa sete de nove fronteiras seguras; oceanos entram em área de risco | Foto: Reprodução
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O planeta já ultrapassou sete dos nove limiares definidos para medir sob quais condições ele pode operar de maneira estável. A novidade do levantamento de 2025 é que a acidificação dos oceanos, que no ano anterior estava “no limite”, agora está oficialmente classificada como uma fronteira já transgredida.  

O estudo foi conduzido por especialistas do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático (PIK), que avaliaram os principais sistemas que sustentam o equilíbrio ambiental.  

Segundo os pesquisadores, os seguintes processos já ultrapassaram os níveis seguros:

    1.    Transformação do uso da terra — por meio do desmatamento e da conversão de ecossistemas em áreas agrícolas ou urbanizadas.  

    2.    Mudanças climáticas — pela acumulação de gases de efeito estufa e o aquecimento global.  

    3.    Integridade da biodiversidade — com perda acelerada de espécies e degradação dos habitats naturais.  

    4.    Ciclos de nitrogênio e fósforo — impactados pelo uso excessivo de fertilizantes e alterações nos fluxos naturais.  

    5.    Disponibilidade de água doce — pressionada pela demanda crescente e pela alteração dos regimes hídricos.  

    6.    Contaminação química — especialmente por microplásticos e substâncias sintéticas acumuladas no ambiente.  

    7.    Acidificação marinha — com o aumento da acidez das águas oceânicas devido à absorção de CO₂.  

O que ainda está “safe”

Duas fronteiras seguem dentro da área considerada segura: a camada de ozônio e os aerossóis atmosféricos.  

Por que isso é alarmante

Para os cientistas, a combinação dessas pressões aumenta o risco de colapsos ecológicos e a frequência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas severas e inundações intensas.  

A acidificação dos mares, em especial, já provoca danos observados em organismos como pterópodes (moluscos marinhos). Isso representa uma ameaça para recifes de corais e organismos com conchas, com reflexos em cadeias alimentares inteiras.  

“O oceano está se tornando mais ácido, os níveis de oxigênio estão diminuindo e as ondas de calor marinhas estão aumentando. Isso pressiona um sistema vital para estabilizar o planeta”, alerta Levke Caesar, co-líder do laboratório de limites planetários do PIK.  

A queda de apenas 0,1 unidade no pH desde o início da era industrial corresponde a um aumento de 30-40% na acidez das águas oceânicas, segundo os pesquisadores.  

Embora o diagnóstico seja grave, o relatório ressalta que ainda há oportunidade de reverter ou mitigar os impactos, se houver compromisso global com mudanças estruturais.

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