O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no Maranhão, localizado a 30 km de São Luís, deve realizar até esta quarta-feira (21), o lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TLV. Este é o prazo final para a chamada "janela" de lançamentos, pois a Terra está numa posição considerada ideal.
O lançamento estava previsto para esta terça-feira (20), mas foi adiado. As equipes do CLA devem definir uma nova data para o envio.
O que se sabe sobre o foguete HANBIT-TLV?
O HANBIT-TLV é um foguete sul-coreano, desenvolvido pela empresa de tecnologia Innospace, em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB). O foguete possui 16,5 metros de comprimento e pesa 8,4 toneladas, podendo atingir uma velocidade máxima de 4.600 km por hora. O dispositivo pode chegar à uma altura máxima entre 80 a 100 km por hora.
Parte de suas peças vieram a bordo de um dos maiores aviões cargueiros do mundo, o Boeing 747/400 - jumbo, da companhia norte-americana National Airlines, que aterrissou no Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís em 3 de dezembro. Outra parte das peças vieram em caminhões que saíram do Porto de Santos, em São Paulo, com destino à São Luís.
De acordo com a FAB, o foguete de propulsão híbrida, usa um sistema de alimentação por bomba elétrica, com propulsores à base de oxigênio e parafinas. Essa configuração, proporciona que o dispositivo seja mais acessível em termos de custo e tempo de produção.
A carga útil do foguete é de fabricação brasileira e foi desenvolvida por militares e profissionais do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), que pertence à Força Aérea Brasileira (FAB) e está configurado para ser utilizado somente para fins tecnológicos e científicos.
Testes
O primeiro teste vertical do foguete foi bem-sucedido. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), esta será a primeira vez que o Brasil realiza um lançamento experimental em conjunto com uma empresa privada de outro país.
A operação, chamada de 'Astrolábio', é uma parceria da empresa sul-coreana Innospace e conta com a participação da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Existe algum impacto no meio ambiente com o lançamento do foguete?
Segundo a FAB, não existe impacto ambiental gerado pelos gases emitidos pelo foguete durante o lançamento. Eles serão dissipados na atmosfera ao longo do voo e as peças.
Qual o envolvimento do Brasil na operação?
A operação é uma parceria do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), que pertence à Força Aérea Brasileira, e a empresa sul-coreana Innospace.
O lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara foi possível graças a um Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) feito pelo Governo Federal, em 2019. Após a assinatura do documento, a Agência Espacial Brasileira (AEB) lançou um edital para atrair o interesse de empresas privadas na utilização do Centro de Lançamento de Alcântara. Quatro empresas foram habilitadas, dentre elas, a sul-coreana Innospace.
Quanto foi o investimento?
A Força Aérea Brasileira não divulgou números. Entretanto, a FAB informou que todos os custos do foguete, do sistema de lançamento e a logística envolvida foram custeadas pela Innospace.
Em nota, a FAB informou que, é 'muito complexo' mensurar o valor investido especificamente uma vez que se confunde com o próprio desenvolvimento de parte importante do Programa Espacial Brasileiro.
Porque a operação foi chamada de Astrolábio?
O nome da operação é uma referência ao 'Astrolábio', que foi desenvolvido pelo matemático grego Hiparco, na Grécia Antiga, e servia para calcular a posição dos astros a partir de princípios geométicos.
O objeto também era usada para calcular a altitute de objetos e definir as horas e localizações geográficas. A partir do século XV, ele se tornou um importante meio de navegação das embarcações.
Entretanto, o nome da operação é uma homenagem aos significados da palavra. Astrolábio deriva das palavras gregas 'astron', que significa estrela e 'lambanein', que significa pegar ou seguir, fazendo uma referência ao lançamento.
A Força Aérea Brasileira explica que a escolha do nome também se a forma como o Astrolábio era operado, sempre por duas pessoas em parceria, uma referência ao esforço conjunto do Governo Brasileiro com a empresa sul-coreana.
Com informações do Imirante e g1