O escritor francês de ficção científica Júlio Verne, autor de Viagem ao Centro da Terra, certamente gostaria desta novidade: pesquisadores da Universidade Nacional Australiana (ANU) confirmaram a existência do “núcleo interno mais interno” da Terra.
Segundo a pesquisadora Joanne Stephenson, doutoranda da ANU e autora principal do estudo, embora essa nova camada seja difícil de observar, suas propriedades distintas podem apontar para um evento desconhecido e dramático na história da Terra. O estudo foi publicado na revista “Journal of Geophysical Research: Solid Earth”.
“Encontramos evidências que podem indicar uma mudança na estrutura do ferro, o que sugere talvez dois eventos separados de resfriamento na história da Terra”, disse Stephenson. “Os detalhes desse grande evento ainda são um pouco misteriosos, mas adicionamos outra peça do quebra-cabeça quando se trata de nosso conhecimento do núcleo interno da Terra.”
Algoritmo de busca
A cientista afirmou que investigar a estrutura do núcleo interno pode nos ajudar a entender mais sobre a história e evolução da Terra.
“Tradicionalmente, nos ensinaram que a Terra tem quatro camadas principais: a crosta, o manto, o núcleo externo e o núcleo interno”, declarou Stephenson. “A ideia de outra camada distinta foi proposta algumas décadas atrás, mas os dados não eram muito claros. Conseguimos contornar isso usando um algoritmo de busca muito inteligente para vasculhar milhares de modelos do núcleo interno. É muito emocionante – e pode significar que teremos de reescrever os livros!”
No mínimo, o famoso romance de Verne poderia precisar de algumas páginas adicionais.