NASA reúne cientistas e teólogs para possível chegada de ETs na Terra

Os ETs estão chegando? A NASA reúne cientistas e teólogos para se preparar

ET | Reprodução
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Buscar vida extraterrestre é como procurar agulha num palheiro cósmico, como deixa claro a imagem acima registrada pelo telescópio Hubble: ela mostra aproximadamente 10.000 galáxias.

Em grande parte graças à nave Kepler, da NASA, mais de 1.400 planetas foram identificados além da Terra.

Alguns dias atrás, a NASA tentou diminuir a distância entre a vida na Terra e as possibilidades de vida em outros lugares. A agência espacial e a Biblioteca do Congresso (imagem abaixo) reuniram historiadores, filósofos e teólogos do mundo inteiro para um simpósio de dois dias intitulado “Preparando-se para a Descoberta”. Na agenda: explorar como nos preparar para a inevitável descoberta de vida extraterrestre, sejam simples organismos microbiais ou seres inteligentes.

“Estamos olhando para todos os cenários. Se você encontra micróbios é uma coisa. Se você encontra inteligência, é outra. E, se eles se comunicarem, é ainda outra coisa, e tudo isso depende do que eles vão dizer!”, disse Steven J. Dick, organizador do evento, astrônomo e ex-historiador-chefe da NASA.

“A ideia é que não esperemos até a descoberta, mas sim que tentemos preparar o público para as implicações quando ela acontecer”, disse Dick ao Huffington Post. “Acredito que a razão pela qual a NASA apoia o projeto é toda a atividade recente na descoberta de exoplanetas e os avanços da astrobiologia em geral.”

“As pessoas hoje consideram muito mais provável que encontremos alguma coisa – provavelmente micróbios, primeiro, e depois talvez inteligência”, acrescentou ele. “De um ponto de vista científico, parece muito mais provável que encontremos vida em algum ponto do futuro.”

Dos vários palestrantes do simpósio de astrobiologia, um vem causando surpresa nos últimos tempos.

“Acredito [em vida alienígena], mas não tenho provas. Ficaria muito empolgado, e isso tornaria minha compreensão da minha religião mais profunda e mais rica, de maneiras que nem sequer posso prever. É por isso que [a descoberta] seria tão empolgante”, disse Guy Consolmagno, irmão jesuíta, astrônomo e cientista do Vaticano, ao editor-sênior de ciência do Huffington Post David Freeman.

Consolmagno já declarou publicamente que “qualquer entidade – não importa quantos tentáculos tenha – tem alma” e sugeriu que batizaria ETs sem problemas, desde que eles pedissem.

“Tem de haver liberdade para praticar a ciência. Ser um bom cientista significa admitir que nunca conhecemos toda a verdade – sempre há mais o que aprender.” Consolmagno também não acredita que o público vá entrar em pânico quando ou se for revelada a descoberta de vida fora da Terra.

“Realmente acho que seria um maravilhamento de três dias, mas depois voltaríamos a nos preocupar com reality shows ou com as loucuras que acontecem em Washington – os humanos são assim. Acho que a maioria das pessoas se parece comigo: esperamos que exista vida lá fora. E nossa reação seria: ‘Uau, graças a Deus. Já não era sem tempo’.”

A Terra não é mais o centro do Universo nem é plana – pelo menos esse é o pensamento aceito pela maioria dos cientistas. E agora sabemos, conclusivamente, que há muitos outros planetas além daqueles do nosso sistema solar.

“O número mundos habitáveis em nossa galáxia é certamente de dezenas de bilhões, no mínimo, e nem estamos falando das luas. E o número de galáxias que enxergamos, além da nossa, é de cerca de 10 bilhões”, disse ao HuffPost Seth Shostak, astrônomo-sênior do Instituto SETI, da Califórnia.


No simpósio da NASA, Shostak apresentou números surpreendentes sobre quantas estrelas existem no pedaço de universo que conseguimos enxergar. “É um número grande: 10.000 bilhões, bilhões. E sabemos que a maioria dessas estrelas têm planetas – 70% ou 80%. Se todos esses planetas forem estéreis, e você for a única coisa interessante acontecendo no cosmos, você é um milagre. Esse cenário seria extremamente excepcional. Então a abordagem mais razoável é dizer: ‘Você não é um milagre, é só um pato numa fileira de patos’.”

“No final das contas”, diz Shostak, “é algo como uma em cada cinco estrelas com um planeta análogo à Terra. São muitos mundos habitáveis e, de fato, o número de Terras na nossa galáxia pode ser da ordem de 50 bilhões.”

São números enormes para considerar.

A conferência teve muitas discussões sobre a missão do sucessor do Hubble, o telescópio James Webb. Do tamanho de uma quadra de tênis, esse observador do espaço profundo tem lançamento previsto para 2018 e vai orbitar além da Lua. O Telescópio Webb vai se focar na descoberta de novos planetas, procurando elementos que possam indicar possíveis sinais de vida.

Perguntamos a Dick, um astrobiólogo, sua opinião sobre os repetidos relatos de óvnis ao redor do mundo.

“Tento manter minha cabeça aberta. Mais de 90% pode ser explicado por fenômenos naturais etc. A questão é o que fazer com os outros 3% ou 4%”, diz Dick. “Minha opinião é que, por um lado, eles devem ser estudados. Por definição, representam algo desconhecido. Podem ser um fenômeno físico, psicológico ou social que não conhecemos. Mas acho que considerá-los extraterrestres é se apressar. Não vejo as provas.”

“Não analisei as evidências o suficiente para dizer que existe inteligência por trás disso. Mas vi o suficiente para saber que existem coisas inexplicadas, que deveriam ser mais investigadas. E, por enquanto, o governo americano não está fazendo isso.”
 

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