NASA produz pimentas cultivadas no espaço pelos astronautas

O objetivo do cultivo é poder conseguir alimento para missões humanas de longo prazo

Pimentas começam a ser produzidas no espaço | Divulgação
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Você sabia que a NASA cultiva pimentas no espaço? E, mais ainda, que esse experimento quebrou dois recordes mundiais? A colheita da segunda safra de pimentas especiais, pertencentes ao projeto Plant Habiat-04 (ou PH-04), foi amplamente celebrada. Na ocasião, 26 pimentas foram colhidas.

Inicialmente, a colheita deveria ser feita dentro de 120 dias. No entanto, um atraso de 17 dias ocorreu em relação ao ponto de maturação das mesmas pimentas cultivadas na Terra como referência. Ou seja, demorou 137 dias até que a colheita pudesse realmente ser feita.

A NASA já está produzindo pimentas no espaço (Foto; Reprodução)No entanto, isso já era esperado, uma vez que as plantas estão sob as condições de microgravidade. Sendo assim, os astronautas colheram as pimentas no dia 29 de outubro e 26 de novembro.

A primeira colheita, realizada pelo engenheiro de voo, Mark T. Vande Hei, foi celebrada com tacos feitos com as próprias pimentas, fajitas de carne, tomates reidratados e alcachofras. Eles foram apreciados pelos astronautas que observaram o experimento de perto.

Já o segundo experimento envolveu a remoção de algumas plantas germinadas para que as quatro restantes tivessem espaço suficiente para o desenvolvimento. Essas, no entanto, não serão comidas e devem retornar à Terra para serem estudadas.

As plantas estão sobre a condição de microgravidade (Foto: Reprodução)Recordes quebrados

O primeiro recorde quebrado pelas pimentas foi o de possuir maior capacidade em alimentar astronautas com uma plantação e colheita no espaço. Já o segundo recorde foi da experiência mais duradoura com o envolvimento de plantas na Estação Espacial Internacional (ISS).

Ao divulgar informações sobre o experimento, a NASA informou que esse foi o projeto mais difícil já feito na ISS. Só para escolher o tipo de pimenta a ser utilizado foram necessários dois anos. Vinte espécies foram analisadas de forma que fosse escolhida aquela que mais se adaptasse ao ambiente controlado de cultivo no espaço.

A vencedora foi a Española Improved, que é uma junção das pimentas Hatch Sandia e Española. Ela foi desenvolvida pela Universidade Estadual do Novo México especificamente para o experimento.

A produção das pimentas na ISS teve início em junho deste ano. Elas foram alocadas na maior das três câmaras de crescimento de plantas a bordo do laboratório da estação. Todas foram monitoradas por sensores que avaliam o crescimento das plantas.

Aqui na Terra, pesquisadores responsáveis pela experiência inspecionavam a irrigação e iluminação da câmara para garantir as condições ideais para o desenvolvimento das pimentas. Os tripulantes da Estação Espacial Internacional também tiveram de auxiliar com trabalhos de horticultura. Eles ficaram responsáveis pela parte de polinização manual das flores das pimentas para a produção dos frutos.

Particularidades das pimentas

Um detalhe importante já observado é que algumas pimentas são mais picantes do que outras. Isso pode ser explicado devido à microgravidade a qual as pimentas são expostas. Os níveis de efeito da microgravidade na plantação ainda não são totalmente conhecidos e estão sendo estudados.

Esse estudo só poderá ser concluído quando as pimentas do experimento retornarem à Terra, já que aqui elas passarão por uma análise mais aprofundada. Contudo, a colheita já representa um significativo sucesso para a ciência.

A produção das pantas é considerado um sucesso para a ciência (Foto: Reprodução)O principal objetivo das pesquisas com plantas na ISS é conseguir produzir alimentos nutritivos, de forma facilitada e sustentável para as futuras missões humanas de longa duração. A ideia é produzir safras que não necessitem de armazenamento ou processamento intenso.

Estudos que envolvem a produção de alface e rabanete no espaço também já foram realizados. Inicialmente, o plano é levar as produções para a Lua e, posteriormente, para Marte.

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