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Narceja-grande: conheça a ave que voa por mais de 80 horas

Os machos são ligeiramente menores que as fêmeas e costumam exibir elaboradas performances de voo durante o acasalamento.

A incrível ave que voa mais de 80 horas sem parar | Foto: Divulgação
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A narceja-grande (Gallinago media) é um exemplo fascinante de resistência e força na natureza. Essa ave migratória realiza um dos percursos mais impressionantes do reino animal: passa o inverno na África Subsaariana e o verão no norte da Europa ou da Rússia. O mais surpreendente é que ela é capaz de completar essa longa travessia em apenas 60 horas de voo contínuo, sem qualquer pausa.

Para entender o feito, imagine um ser humano tentando realizar o mesmo trajeto — do coração da África até o norte da Suécia — em tempo recorde. Mesmo utilizando ônibus, aviões e conexões internacionais, a viagem levaria, com sorte, dois dias inteiros, sem contar imprevistos. Enquanto isso, a narceja-grande faz o percurso sem escalas, voando dia e noite a cerca de 100 km/h, superando até mesmo os meios de transporte humanos em velocidade e eficiência.

pesquisadores estudam hábitos da espécie

Esse desempenho extraordinário despertou o interesse de pesquisadores, que investigam como a espécie consegue percorrer milhares de quilômetros sem descanso e em tão pouco tempo. O segredo está em uma combinação de características físicas, comportamentais e fisiológicas que fazem da narceja-grande uma verdadeira atleta dos céus.

Fisicamente, trata-se de uma ave de médio porte, com corpo robusto e plumagem camuflada em tons de marrom, preto e branco, ideal para se esconder em campos e áreas úmidas. Os machos são ligeiramente menores que as fêmeas e costumam exibir elaboradas performances de voo durante o acasalamento. Apesar do tamanho semelhante ao de um pombo, sua resistência é incomparável — motivo pelo qual é considerada uma das aves migratórias mais vigorosas já estudadas.

Entre suas habilidades mais notáveis está a capacidade de voar a altitudes elevadíssimas durante o dia. Pesquisas já registraram indivíduos alcançando até 8.500 metros, onde as temperaturas são extremamente baixas. Essa adaptação tem uma função crucial: evitar o superaquecimento e conservar água durante voos longos. Ao atingir camadas mais frias da atmosfera, a ave mantém o equilíbrio térmico do corpo sem gastar energia extra, assegurando a sobrevivência em uma das jornadas mais exigentes do planeta.

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