Ainda enquanto estava na faculdade de medicina, o urologista Brian Steixner, do Grupo de Urologia de Jersey, em Atlantic City, nos Estados Unidos testemunhou algo que só acontece uma vez em um milhão. Uma noite, uma jovem grávida entrou no departamento de emergência com queixa de sangramento.
Entenda o caso raro
Embora seja relativamente comum que algumas mulheres tenham sangramentos leves durante a gravidez, o sangue estava vindo de seu reto, o que não é tão normal. Ela havia nascido com o que a medicina chama de malformação cloacal, de acordo com informações divulgadas na revista norte-americana Women’s Health.
Ou seja, enquanto estava em formação, ela não desenvolveu uma uretra, vagina e ânus. Então, nasceu com apenas um orifício, como se fosse uma cloaca. A condição é extremamente rara, e ocorre em cerca de um em cada 25 mil nascidos vivos do sexo feminino, disse Steixner à reportagem.
Normalmente, quando é diagnosticada no nascimento do bebê, a malformação congênita é reparada imediatamente, para que a criança tenha uretra, vagina, e reto separados. Foi o que aconteceu com essa mulher.
No entanto, algo deu errado. Ou a cirurgia foi mal feita ou em resposta ao trauma da cirurgia, seu corpo formou uma fístula (uma conexão anormal entre os órgãos), e seu útero fundido ao seu reto. Assim, todos os meses, ela tinha seu período retal enquanto sua vagina era um beco sem saída.
Durante a conversa de Steixner com a mulher, ela mencionou ter exclusivamente feito sexo anal antes de ficar grávida. Como explicar isso? O médico se surpreendeu com a conclusão de que ela havia engravidado através do sexo anal e que a criança estava saudável.
Steixner diz que ele não sabe o que aconteceu com a mulher depois que ela teve o bebê. E mesmo que a possibilidade de engravidar através do sexo anal, devido a uma malformação cloacal seja extremamente rara, construir as paredes para separar as três passagens (da uretra, vagina e reto) é um trabalho delicado. Algumas mulheres sofrem de perda de urina e fezes suas vidas inteiras.