Mulher confunde infecção com excesso das festas e quase morre

Enquanto todos se divertiam naquele dia 31 de dezembro, a mulher, mãe de dois filhos, se contorcia de dor pelos cantos da casa por causa da infecção , que demorou a ser diagnosticada.

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Final de ano não traz boas lembranças para Emma Willis. Há dois anos, a britânica quase morreu com uma grave infecção, e os sintomas começaram depois do Natal, na véspera do Ano Novo, tanto que ela pensou que estava apenas passando mal pelos excessos cometidos nessa época. Mas a história contada pelo The Sun mostra que a situação era muito mais complicada. 

Enquanto todos se divertiam naquele dia 31 de dezembro, a mulher, mãe de dois filhos, se contorcia de dor pelos cantos da casa por causa da infecção , que demorou a ser diagnosticada. O que antes parecia uma sensação de mal-estar geral passou a se intensificar. Emma sentia náuseas e dores esmagadoras no peito. Seus pais começaram a ficar preocupados e chamaram uma ambulância, mas por conta dos foliões bêbados no dia de festa de Réveillon, a espera era de 12 horas para ser atendida.

Sentindo-se um pouco melhor, ela resolveu voltar para casa, onde estavam seus filhos Lily e Riley. Segundo ela, no outro dia pela manhã a situação era ainda pior. Nos dois dias seguintes, houve vômitos, suor e sensação de indigestão e azia. "Minha pele estava com um tom amarelo", conta. Quando foi ao médico, disseram que ela estava com um refluxo ácido e provavelmente tinha exagerado nas festas de fim de ano.

Reprodução/The Sun

Dois meses depois, Emma ainda sofria de vez em quando. Por isso, continuou voltando ao médico. Foi assim que um tempo depois, conseguiu realizar alguns exames, que revelaram a presença de cálculos biliares. Mesmo assim, os médicos orientaram a não tomar nenhuma medida e apenas monitorar a situação.

Na mesma noite, os sintomas voltaram com força total: vômitos e também as dores fortes no peito. Logo depois disso, fez exames no hospital William Harvey, em Ashford, que revelaram uma função hepática "desarranjada". Com uma tomografia, ressônancia magnética e raio-X, foi possível visualizar que os cálculos biliares estavam agora bloqueando o ducto biliar de Emma.

Após uma pequena cirurgia para drenar o ducto biliar, ela teve alta. Mas ainda assim, sentia-se mal e com vontade de desmaiar, o que a fez voltar para o hospital. Lá, queriam retirar sua vesícula, mas ela já estava tão doente que não era possível.

Dois dias depois, Emma foi finalmente diagnosticada: seu problema era uma condição chamada  sepse , que consiste no agravamento de uma infecção não tratada. "Meu corpo começou a se desligar. Meus rins pararam de funcionar, meus pulmões se encheram de água, meu coração começou a falhar. Minhas mãos ficaram cinza e meus dedos ficaram pretos", revela Emma.

Nesse ponto, seus pais foram informados pelos médicos: “É improvável que Emma sobreviva além de alguns dias. Ela não está respondendo aos antibióticos e há pouco mais que podemos fazer. Aconselhamos que traga os filhos dela para se despedirem". Mas ainda havia uma última esperança: uma máquina de Oxigenação por Membrana Extra Corporal (OMEC), que fornece oxigênio ao sangue e bombeia-o pelo corpo.

Numa última tentativa, Emma viajou para Londres, no Hospital St Thomas, para onde tinha sido mandada a máquina. Lá, ela passou 10 dias em coma , mas surpreendentemente, começou a se recuperar. "Quando acordei, não fazia ideia de onde estava ou por que estava lá. Eu me senti fraca e confusa", diz ela. Por sete semanas, seus pais e seu ex-marido cuidaram das crianças enquando ela se recuperava.

Reprodução/The Sun

Mesmo quando foi liberada para sair do hospital, Emma teve que carregar com ela um drenador do fígado, preso por um longo tubo a uma sacola plástica, que poderia permanecer ali por um ano. "Voltei para casa, mas ainda me sentia terrível. Sentia fadiga crônica, nevoeiro cerebral e problemas para falar", conta. "Carregar o drenador comigo também era péssimo. Um dia, num trem, ele estourou e vazou o líquido marrom e fedorento por toda a parte".

Pesquisando seus sintomas, ela descobriu que também teve a Síndrome Pós-Sepse (SPS) e o médico concordou com o diagnóstico. Ela é uma síndrome muito incompreendida, que afeta até 50% dos sobreviventes e deixa efeitos físicos e psicológicos a longo prazo, como alucinações, depressão e dificuldade para dormir - todos sofridos por Emma. "Dois anos depois, estou fazendo o que posso para seguir em frente, mas a sepse roubou minha antiga vida", conta.

"Minha função hepática não voltou ao normal, não consigo andar mais do que alguns metros e preciso de uma cadeira de rodas para sair de casa", declara Emma. Segundo ela, os efeitos mentais não são melhores: cansaço, dificuldade de organizar pensamentos e falta de memória são alguns deles. Hoje, ela frequenta um grupo de apoio, onde encontrou pessoas que sofreram a mesma doença e podem compartilhar suas experiências de superação.

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