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Mistério felino: por que uns têm listras e outros, manchas?

Estudos apontam que certos genes influenciam diretamente o formato e o tamanho das manchas e listras na pelagem de felinos, tanto selvagens quanto domésticos.

O gene por trás das listras e manchas dos felinos | Foto: GettyImages / Reprodução)
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A pelagem de muitos felinos chama atenção pelas cores e padrões distintos. Tigres possuem listras marcantes, onças exibem manchas únicas, e até gatos domésticos podem apresentar desenhos variados em seus pelos. Mas o que causa essas diferenças visuais?

Apesar dos avanços científicos, a explicação completa ainda é um mistério. “Não sabemos por que alguns gatos têm manchas e outros têm listras”, afirmou Greg Barsh, professor de genética e pediatria da Universidade de Stanford, em entrevista ao Live Science. No entanto, há indícios genéticos que ajudam a entender parte desse fenômeno.

Estudos apontam que certos genes influenciam diretamente o formato e o tamanho das manchas e listras na pelagem de felinos, tanto selvagens quanto domésticos. Um deles, chamado Taqpep, parece ser fundamental nesse processo.

Felinos e suas peculiaridades

Segundo um artigo publicado por Barsh na revista Science, gatos com uma ou duas cópias normais do gene Taqpep tendem a desenvolver listras. Já aqueles que herdam mutações nas duas cópias — uma da mãe e outra do pai — apresentam padrões manchados ou em espiral, o que modifica completamente o visual do animal.

A geneticista Leslie Lyons, da Universidade de Missouri, acrescenta que essas mutações específicas são responsáveis pelo chamado padrão "malhado clássico", comum em alguns gatos domésticos. Esse efeito é uma das variações conhecidas da ação do gene.

Entre os guepardos, o Taqpep também tem papel crucial. Os animais com mutações em ambas as cópias desse gene apresentam um visual diferente — como ocorre nas chamadas “chitas-rei”, um tipo raro de guepardo cujas manchas se organizam em listras ao longo da coluna vertebral, contrastando com o padrão típico da espécie.

Por fim, um estudo liderado pelo geneticista Eduardo Eizirik, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, identificou que mesmo gatos com padrões listrados discretos carregam uma versão funcional do Taqpep, reforçando a importância desse gene na diversidade das pelagens felinas.

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