Mais da metade das mulheres não realiza exames de colo de útero

Levantamento revela números mais positivos em relação aos exames de mamografia, mas porcentagem de não realização é alarmante

| Reprodução internet
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Recente estudo divulga dados inéditos e preocupantes no que se refere à adesão das mulheres brasileiras aos exames de colo de útero e de mamografia, essenciais para detectar alterações ou anomalias em fases primárias do câncer de mama e de colo do útero, também conhecido como câncer cervical.

O levantamento da Funcional Health Tech, que é especializada em inteligência de dados de saúde e é a maior empresa em Benefícios Medicamentos do país, considerou a base de dados da Saúde Suplementar do ano de 2017, a partir de um universo superior a 1 milhão de mulheres (nos dados referentes à mamografia) e de mais de 2 milhões de mulheres (nos números relativos aos exames de colo de útero), dentro da faixa etária elegida para realizar os dois exames preventivos.

Os resultados revelam que 64,2% das mulheres a partir de 40 anos realizaram o exame de mamografia e 35,8% não o realizaram. No que se refere ao exame preventivo de colo de útero 47,3% realizaram e 52,7% não realizaram o exame.

De acordo com a Dra. Samira Haddad, médica obstetra, com doutorado em Ciências Médicas pela UNICAMP, o câncer de colo do útero é uma doença altamente prevenível, por meio da detecção de lesões precursoras a partir da citologia cervical (Papanicolau). No entanto, diversas situações são identificadas como barreiras à realização do exame, como por exemplo: dificuldades de organização dos serviços de saúde para oferta e análise dos exames, além de falhas no seguimento de casos suspeitos e confirmados. “Também por parte das mulheres, a necessidade de se submeter a exame ginecológico e a correlação do câncer cervical com o HPV (vírus de transmissão sexual) são fatores que podem contribuir para a não realização do exame preventivo”, explica a médica. “Existe evidência de que programas de educação para realização do exame citológico são efetivos para aumentar a cobertura.  E também novas alternativas para detecção do risco de desenvolver câncer de colo, como a pesquisa direta do HPV, podem ser promissoras para priorização de grupos-alvo para realização rotineira de Papanicolau”, completa a especialista.

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