Adquirido por apenas US$ 27,50 (cerca de R$ 155) após a Segunda Guerra Mundial, um manuscrito desbotado e manchado por água permaneceu quase despercebido na biblioteca da Faculdade de Direito de Harvard desde 1946.
Isso, no entanto, está prestes a mudar. Dois pesquisadores britânicos — um deles tendo encontrado o documento por acaso — identificaram que se trata de uma versão original da Magna Carta de 1300, e não de uma simples cópia, como se pensava. É um dos apenas sete exemplares autênticos dessa época que ainda existem.
No catálogo do leilão de 1945, o manuscrito foi classificado como uma cópia e datado erroneamente de 1327. Foi arrematado por 42 libras — cerca de um quinto da renda média anual no Reino Unido na época — por Forster Maynard, um vice-marechal do ar que atuou como piloto de caça na Primeira Guerra Mundial.
É difícil estimar o valor do manuscrito, mas tê-lo adquirido por menos de US$ 30 — cerca de US$ 500 em valores atuais — pode ser uma das maiores pechinchas do século. Em 2007, uma Magna Carta de 710 anos foi vendida por US$ 21,3 milhões. O historiador Nicholas Vincent, da Universidade de East Anglia, ajudou a autenticar o documento e destacou que ele reaparece num momento em que Harvard enfrenta pressões do governo Trump.