Após sofrer durante anos por não conseguir engravidar, uma mãe de cinco filhos decidiu oferecer à outra mulher a chance de ser mãe por meio de um transplante de útero. Aprill Lane passou por um difícil processo para conseguir ficar grávida. Tudo porque, anos atrás, ela e seu marido Brian foram diagnosticados com uma “infertilidade inexplicável”.
Receber esse diagnóstico foi extremamente frustrante e, infelizmente, ainda é comum casais sem nenhum problema de saúde aparente não conseguirem ter filhos. O casal tentou engravidar por meio da fertilização in vitro e como o procedimento não foi bem sucedido, ele adotaram uma criança. Nessa época, eles não conheciam o transplante de útero .
Pouco tempo depois, Aprill ficou grávida de duas meninas por meio de outra fertilização in vitro . Depois, ela conseguiu ficar grávida mais duas vezes. “A infertilidade, além dos efeitos físicos, afeta seu emocional e sua vida social de uma forte maneira”, diz a mãe em entrevista a “ABC News”.
Após passar por tudo isso, a mãe só pensava que se eu pudesse fazer algo para ajudar outra pessoa a aliviar um pouco dessa agonia, ela faria. Foi então que ela resolveu colaborar na administração de um grupo de apoio à infertilidade e iniciou estudos para ajudar as mulheres a pagar por tratamentos caros para engravidar.
Com os estudos, a mãe descobriu que a Baylor University Medical Center, no Texas, Estados Unidos, estava realizando ensaios clínicos para fazer transplantes de útero. Aprill e o marido sabiam que construção familiar deles tinha sido resolvida, mas eles ainda sentiam a necessidade de ajudar efetivamente outra pessoa a construir uma família.
A mãe resolveu entrar em contato com a universidade e logo foi selecionada para fazer a cirurgia. Nos Estados Unidos, só pode fazer esse tipo de transplante as mulheres que nasceram sem o útero ou que tiveram câncer ou outras malformações causadas por alguma infecção ou danos causados por abortos.
Curiosamente, após o transplante, o útero não fica com a mulher receptora durante toda a vida. Depois que ela dá a luz a um ou dois filhos, o útero é removido para que ela não precise passar a vida inteira tomando medicamentos fortes contra a rejeição.
Aprill pagou por sua própria viagem, pegou folga no trabalho e fez todo o processo pré-operatório para realizar a cirurgia. Ela foi a 15º pessoa a realizar o transplante na universidade. A cirurgia, que durou nove horas, foi bem sucedida. Uma vez que seu útero foi removido, ele foi inspecionado para garantir que fosse uma combinação perfeita para a receptora antes de ser implantado.
“A história dela é incrível por si só, porque ela era uma dessas mulheres quando ela não podia ter filhos. Ela conhece a luta muito de perto, sabe o que essas mulheres passam”, diz a cirurgiã Liza Johannesson, que foi responsável pelo transplante.
Para Aprill, essa cirurgia tem um grande significado porque ela está muito envolvida com as questões de infertilidade . “Por mais de uma década, meu objetivo tem sido ser um sistema de apoio para uma comunidade muitas vezes incompreendida. Ver a minha mensagem de esperança tendo uma resposta foi incrível.”
A mulher que recebeu o transplante de útero permanece em anonimato. Normalmente, os doadores e receptores não se conhecem até a cirurgia acontecer e é precisso esperar um tempo para isso. Outro detalhe é que esse encontro só acontece se quem doou e quem recebeu o útero realmente quiser se conhecer.