Fuma, vaporizar ou comer a Cannabis sativa (maconha) pode aumentar significativamente o risco de ataque cardíaco em adultos com menos de 45 anos, segundo publicado na última terça (7) no periódico científico Canadian Medical Association Journal.
De acordo com a emissora americana CNN, os cientistas descobriram que os jovens adultos que consumiram a droga sofreram quase o dobro de ataques cardíacos do que aqueles adultos que não usaram maconha.
O estudo usou diferentes preparações da planta Cannabis, cuja substância psicoativa é o tetrahidrocanabinol, ou THC. Os pesquisadores analisaram mais de 33.000 adultos de 18 a 44 anos incluídos nos bancos de dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos entre 2017 e 2018.
Segundo a emissora, dos 17% dos jovens adultos que relataram usar cannabis nos últimos 30 dias, 1,3% tiveram ataque cardíaco e apenas 0,8% dos que não ingeriram maconha relataram o mesmo.
“Algumas pessoas presumem que consumir cannabis é seguro e não pode prejudicar seu corpo, mas isso não está certo. Há evidências crescentes de que pode ser potencialmente prejudicial a você, tanto a curto como a longo prazo”, afirma o pesquisador Karim Ladha, da Universidade de Toronto, no Canadá, principal autor do estudo, citado pela CNN.
Frequência cardíaca irregular
Apesar de a análise não ter levado em conta o efeito geral da cannabis sobre a saúde do coração, conforme Ladha, pesquisas anteriores mostraram que a droga pode afetar a frequência cardíaca do usuário.
Quando a frequência de batimentos cardíacos se torna irregular, o coração passa a ter necessidade de mais oxigênio, como mostra a emissora americana, e a maconha gera um efeito inverso, limitando a quantidade do gás entregue ao principal órgão do corpo.
“O que você acaba tendo é essa incompatibilidade de oferta e demanda de oxigênio que leva fundamentalmente a ataques cardíacos”, explica Karim Ladha à CNN.
A emissora lembra que a Associação Americana do Coração (American Heart Association) reconhece os benefícios potenciais do uso de cannabis para o alívio da dor e outros fins médicos, mas as consequências negativas não devem ser ignoradas.
Tanto os usuários quanto seus médicos devem equilibrar os riscos e benefícios da maconha.
Mas a associação não recomenda fumar ou vaporizar cannabis, independente da quantidade, devido aos danos aos pulmões.