Muito se ouve falar sobre a maçonaria por aí e, na maioria das vezes, não são coisas boas. Há quem diga que ela se trata de uma sociedade secreta, uma seita mística ou que conta com algum plano de dominação mundial.
Mas, na verdade, a maçonaria se trata, realmente, de uma entidade filantrópica, que tem como objetivo reunir pessoas comprometidas com o bem comum e com a defesa das mudanças sociais positivas.
Segundo um artigo do maçom e secretário estadual de orientação ritualística de uma das maiores organizações maçônicas do Brasil, Fabio Pedro-Cyrino, existem cerca de 2,3 milhões de maçons no mundo.
No Brasil, a estimativa é de que pelo menos 214 mil homens sejam membros da ordem, segundo o Grande Oriente de São Paulo (GOSP).
A história da maçonaria
Aliás, a palavra “maçon” vem do francês e quer dizer “pedreiro”, já que os primeiros membros da ordem eram construtores de catedrais e monumentos.
Estudos históricos apontam que no século 18, arquitetos e engenheiros se reuniram nessa espécie de grupo para que seus segredos de trabalho ficassem restritos aos aprendizes e não vazassem a outros segmentos sociais.
Só no final da Idade Média é que a maçonaria começou a aceitar outras pessoas além dos pedreiros e se tornou um grupo que se dedica a liberdade de pensamento e de expressão, à liberdade religiosa, política e contra qualquer absolutismo.
Maçonaria no Brasil
A ordem surgiu no Brasil em 1822, mesmo ano em que um movimento de maçons liderados por Gonçalves Ledo e José Bonifácio de Andrade e Silva culminou na Proclamação da Independência do Brasil.
E, embora pouco se saiba publicamente sobre o assunto, de lá para cá muitos outros feitos históricos contaram com a participação ativa da maçonaria.
Bons exemplos disso são a abolição da escravatura, a redemocratização do Brasil, sem contar os feitos internacionais, como a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos.
O que os maçons fazem hoje em dia?
Hoje, os membros da maçonaria se consideram construtores de obras de transformação social e de filantropia.
Eles lutam pelo progresso e a evolução do Brasil no cenário político e econômico, trabalhando juntamente com outras organizações da sociedade civil. Somente no Estado de São Paulo, durante as eleições de 2016, foram eleitos 28 representantes legislativos apoiados pela ordem, além de 10 prefeitos e 3 vice-prefeitos.
Sociedade discreta
De acordo com o grão-mestre de Grande Oriente de São Paulo, Benedito Marques Ballouk, a maçonaria não se trata de uma sociedade secreta, mas sim de uma sociedade discreta. Ela também não tem nada a ver com religião, embora seja desejável que seus membros sigam um credo.
Aliás, para quem tem interesse em saber mais sobre a ordem, é possível encontrar informações oficiais sobre as reuniões na internet. As próprias lojas maçônicas informam os horários desses encontros e cerimônias.
Mas, claro, houve um tempo em que nada era tão claro assim e, por causa disso tantos boatos surgiram a respeito da maçonaria.
Nos pilares da irmandade, no século 18, as sociedades secretas eram proibidas e todos os membros de grupos e organizações civis tinham que ter seus nomes divulgados. O problema é que a maçonaria nunca listava o nome de seus participantes e, assim, foi considerada secreta e proibida.
Somente no século 20, como conta o livro de Martin Short, “Inside de Brotherhood” (Por dentro da Irmandade, em português), que os maçons se redefiniram como discretos e as informações sobre a ordem, como as que acabamos de contar, começaram a ser de conhecimento público.