As conchas das lulas chifres de carneiro (Spirula spirula) são pequenas e delicadas estruturas em espiral que podem ser encontradas regularmente em praias de todo o mundo. No entanto, as proprietárias dessas conchas são extremamente esquivas e até agora não existia nenhuma imagem delas em sua atividade normal.
Recentemente, um veículo operado remotamente (ROV) registrou a primeira filmagem delas em seu habitat natural, na Grande Barreira de Corais, Austrália, a uma profundidade de aproximadamente 850 a 860 metros. O registro foi compartilhado pelo Instituto Schmidt Ocean na segunda-feira (26) ao vivo do fundo do mar, o maior e menos explorado habitat em nosso planeta. As informações são do site IG.
Embora existam inúmeras espécies de águas profundas nunca antes vistas em suas águas naturais, este recente encontro casual deixou os cientistas especialmente animados . A lula com chifre de carneiro raramente é vista na natureza e é um dos cefalópodes mais incomuns que existe, medindo cerca de sete centímetros e possuindo oito braços, dois tentáculos e um par de olhos salientes.
Além do choco, esse é o único outro molusco conhecido que contém uma concha interna com câmara para mantê-lo flutuante. "Há muito tempo que procuro por isso ", disse ao ScienceAlert o zoólogo Michael Vecchione, do Museu Nacional de História Natural Smithsonian.
Embora Vecchione regularmente capture essa espécie das profundezas, às vezes abrigando-a em aquários, ele nunca viu imagens da lula em seu habitat natural.
Além da raridade desse encontro , há um aspecto particularmente surpreendente na filmagem: a própria posição do animal, com sua cabeça e tentáculos flutuando para cima e suas nadadeiras apontando para baixo. "Muitas pessoas estão pirando porque a cabeça está erguida", diz Vecchione. "E a razão pela qual elas estão pirando é porque a concha com sua flutuabilidade está do outro lado da lula. Então, você pensaria que a cabeça, que é mais pesada, estaria pendurada."
Quando colocadas em um aquário, é assim que as lulas se orientam. Sua cabeça está voltada para baixo e seus tentáculos voltados para cima - portanto, pensava-se que a espécie assumia a mesma posição no fundo do mar.