Os arquitetos e engenheiros do passado nunca deixam de surpreender, não é mesmo? Veja, por exemplo, o caso de um templo chamado Kailasa, situado em Mumbai, na Índia. Caso você nunca tenha ouvido nele, trata-se de uma enorme estrutura dedicada ao deus hindu Shiva e que foi esculpido no século 8, durante a Dinastia Rashtrakuta, em um imenso bloco de pedra.
Mais especificamente, o templo conta com 30 metros de altura e ocupa área de 82 por 46 metros. Ele foi esculpido em uma parte sólida na lateral de um rochedo e consiste em um trabalho tão impressionante que não é nada raro encontrar o Kailasa naquelas listas (que a gente aqui do Mega adora!) de estruturas que só poderiam ter sido construídas com a mãozinha de alguma civilização alienígena.
No entanto, de acordo com Reuben Westmaas, do site Curiosity, os construtores do templo eram terráqueos mesmo — uma vez que os indianos que esculpiram o Kailasa já dominavam a tecnologia necessária para dar forma a ele faz tempo. Mas isso não torna o trabalho realizado por eles menos extraordinário! Para começar, em vez de começarem a abrir caminho na rocha a partir da lateral da encosta, os construtores iniciaram a obra de cima, ou seja, do teto para a base.
Segundo Reuben, os trabalhadores esculpiram o templo com uso de cinzeis e martelos e foram esculpindo o Kailasa do topo do rochedo para baixo. Assim, primeiro eles criaram os intrincados tetos, adornados com um sem fim de figuras entalhadas na pedra, passando pelas colunas que suportam o peso da estrutura, terminando pelas inúmeras esculturas que se podem ser vistas no local.
No final, estima-se que aproximadamente 2,4 milhões de toneladas cúbicas de rocha tenham sido removidas durante a construção do Kailasa. E sabe o que mais? Essa estrutura se encontra em um complexo onde existem 34 templos e é “apenas” um entre todos eles. Tanto que o Kailasa é listado no sítio simplesmente como “Caverna 16”.
Outra curiosidade fascinante é que, conforme mencionamos no início da matéria, o Kailasa é dedicado a uma divindade hindu, certo? Pois muitos dos demais templos que se encontram no mesmo complexo são dedicados às crenças budistas e jainistas — mostrando que o sítio é um enorme exemplo de tolerância religiosa.