Jovem tem turbante arrancado durante formatura e publica desabafo

Ela descreveu os momentos de tensão que viveu durante uma formatura

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Em um longo desabafo publicado em seu perfil no Facebook, a recém-formada pedagoga Dandara Tonantzin Castro, 22 anos, descreveu os momentos de tensão que viveu durante uma formatura da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) no último sábado (22/4).

No relato, ela afirma que, devido à cor de sua pele e por usar turbante, foi agredida por um grupo de estudantes que participava do evento. De acordo com Dandara, quase no fim da formatura ela foi abordada por um homem que puxou seu turbante. Ele teria chamado amigos e um deles arrancou o adereço, jogando-o no chão.

“Quando fui catar, incrédula do que estava acontecendo, jogaram cerveja em mim. Muita cerveja. Fiquei cega, sai desesperada para achar meus amigos. Sabia que se ficasse ali poderia até ter mais agressões físicas”, escreveu. Em entrevista, Dandara afirmou que se sentiu extremamente violada.

“Parece que tinham arrancado a minha roupa. Para nós, mulheres negras, o turbante não é simplesmente um acessório. É um símbolo importante de identidade e resistência”. Ela registrou queixa de agressão no domingo (23/4). Ainda em seu texto, a jovem garante que chamou os seguranças e eles tiraram os homens da festa. “Um deles teve a cara de pau de falar ao segurança que não me agrediu, ‘só tirei aquele turbante da cabeça dela'”.

Um dos acusados já foi identificado. Dandara finaliza seu texto dizendo que ela e os amigos foram os últimos a saírem do local, com medo de sofrerem algum tipo de violência do lado de fora. “Negros na formatura? Na limpeza, segurança ou servindo”, afirmou.

Resposta

Em nota, a UFU afirmou que repudia veementemente todas as situações de discriminação, preconceito, exclusão, violência e intolerância e que está apurando as informações sobre o caso de Dandara, mesmo tendo ocorrido fora do âmbito da instituição.

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