O jovem polonês Wlodzimierz Umaniec, que fez uma "intervenção artística" sobre um mural de Mark Rothko na galeria Tate Modern de Londres, no mês de outubro, foi condenado a dois anos de prisão na quinta-feira (13) por um tribunal britânico.
Umaniec, também conhecido como Vladimir Umanets - nome que assinou na tela -, estava sendo acusado de vandalismo por ter causado sérios danos à pintura do artista russo-americano, intitulada "Black on Maroon", que Rothko doou ao museu em 1969.
O réu, por sua vez, admitiu os danos causados ao mural, que pertence à série "Seagram", realizada por Rothko nos anos 60 após uma encomenda do hotel Four Seasons de Manhattan (Nova York). No entanto os quadros nunca chegaram a ser instalados no local.
A maldade contra o quadro - sobre o qual Umaniec pintou a frase "Vladimir Umanets, uma possível peça do Yellowism" - causou o fechamento temporário da Tate Modern, a galeria de arte contemporânea mais visitada do mundo, com 4,7 milhões de pessoas ao ano.
A acusação assinalou que o trabalho de restauração da obra será "longo e complexo" devido à "técnica pictórica única" utilizada pelo artista, já que a tinta usada por Umaniec encobriu as camadas de pintura da tela. No total, o custo dessa restauração deve chegar a US$ 323 mil.
Umaniec, que afirmava ser estudante de arte, explicou em outubro à imprensa que o "Yellowism (Amarelismo) não é arte e nem está contra a arte", mas é "um elemento da cultura contemporânea visual".
O juiz Roger Chapple considerou que as ações de Umaniec tinham sido totalmente "planejadas e propositais" e, em relação ao "Yellowism", afirmou que é "inaceitável promovê-lo através do dano de uma obra de arte", que foi qualificada como um "presente à nação".
Um amigo do condenado, Ben Smith, que estava presente no julgamento, opinou, por outro lado, que o ato não foi de "destruição", mas de "criatividade", já que transformou o "Yellowism" em um "fenômeno global".
Segundo este "seguidor do Yellowism", a prisão será um período "muito criativo" para Umaniec e também o ajudará a "compreender melhor a humanidade".