A tatuadora Helen Fernandes, de 26 anos, moradora de Salvador, conhecida nas redes sociais com o perfil de “Malfeitona”, adota um estilo de tatuagem diferente do convencional.
A ideia é que o desenho saia "peba" - expressão regional que quer dizer "sem qualidade". Para isso, Helen dispensa retoques, mas capricha no bom humor.
"Eu gostava de desenhar, mas não sei desenhar. Não é com técnica, não é bem aceito, mas é engraçadinho. Eu olho para o que eu quero desenhar e o primeiro que eu fiz eu deixo. Mas realmente eu faço o meu melhor", conta Helen.
Ela atua profissionalmente no ramo desde março, atendendo clientes em casa. Há um mês, ela divide um estúdio no bairro da Graça, em Salvador, com sete tatuadoras – todas mulheres. Desde que começou o trabalho como tatuadora, já foram cerca 50 tatuagens "malfeitonas".
Os desenhos das tattoos “malfeitonas” têm influência na cultura "nerd", além dos famosos “memes” da internet.
“A principal ideia é que tenha humor e seja engraçado. ‘Malfeitona’ vem do jeito que as pessoas falam e já mostra que a coisa é malfeita, o nome mesmo já diz”.
A écnica de tatuagem foi aprendida com uma tatuadora, em um só dia. Antes disso, a experiência mais próxima que ela tinha foi trabalhando com limpeza em um estúdio de tatuagem.
Assim como as tatuagens tradicionais, o desenho primeiro é riscado em um papel e copiado para a pele do cliente. Helen conta que desenha de caneta, o que acaba deixando alguns riscos a mais, que podem não ser apagados na tatuagem, a depender do cliente. A intenção é que seja o mais natural possível.
Helen leva para a pele dos clientes geralmente os desenhos que ela mesmo cria ou de ideias trazidas por eles. “Normalmente, eu só faço o que eu costumo desenhar. Também não quero copiar de outro artista. Mas já fiz muitos desenhos comuns, como coração e linhas simples”, diz.
O preço mínimo é de R$ 100, por conta do custo do material, mas Helen costuma fazer promoções, principalmente quando é mais de uma tattoo.