Se existe uma coisa que o ser humano sabe fazer, essa coisa é inventar. Por mais estranho que seja pensar sobre isso, a verdade é que estamos frequentemente criando algo, lançando algo. Há quem concorde com o filósofo e diga que “nada se cria, tudo se copia”; no entanto, no mundo capitalista em que vivemos, a “inovação” é muito bem recebida.
Toda essa ideia de “inovação” nos leva ao segundo assunto principal dessa matéria: os jovens. Quem convive com um jovem em casa provavelmente deve saber que este é um grupo que gosta de mudança, novidade. Basta que algo seja lançado com o status de “novidade” para atrair muitos olhares – e interesse.
O problema, muitas vezes, é que nem sempre essas novidades são seguras ou saudáveis. Como pode ser o caso de uma nova febre entre jovens chamada “melzinho do amor”. A substância promete aumento da libido e estimulação sexual (para homens, chega a ser comparada com o Viagra). Já mulher, relatam um “calor” a mais na hora da relação. No entanto, segundo especialistas consultados por uma reportagem do ViverBem, Uol, o “melzinho” pode não ser tão boa ideia assim.
Acontece que o produto não é regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Por conta disso, coisas básicas são completamente desconhecidas, como por exemplo a sua composição. Um produto regulado pela Anvisa tem sua composição exposta e claramente acessível ao consumidor, porque essa é uma das regras da Agência. O consumidor tem o direito de saber exatamente o que é aquilo que esta ingerindo.
O que esta por trás do sachê?
Quando você compra o “melzinho do amor” (ou melzinho árabe e melzinho da revoada, como também é conhecido), a verdade é que você não tem a menor ideia, ou controle, do que esta ingerindo. A verdade mesmo, por mais estranho que seja, é que existe até mesmo a possibilidade da substância ser puro placebo – isto é, não ter efeito real. Além do risco de estar comprando placebo, existe também o risco de estar ingerindo substâncias nocivas ao corpo.
Segundo a mesma matéria, existe uma suspeita de que o “melzinho” seja composto por sildenafila. Esta é uma substância presente no viagra e em genéricos deste. No entanto, o viagra é regulado. A hipótese de que exista sildenafila no “melzinho” é ainda mais preocupante porque não se faz ideia da dosagem, ninguém regula.
Além de tudo isso, ainda existe uma forte desconfiança sobre o real efeito dessas substâncias. Atualmente, existem diversas “marcas” por trás dos “melzinhos” e chega a ser fácil encontrar anúncios pela internet. No entanto, quanto mais “marcas”, menor ideia se tem da composição dos produtos. Como se não fosse suficiente, há ainda a suspeita de que existam outras substâncias presentes no “melzinho”, completamente desconhecidas.
O que se tira disso tudo? O principal disso tudo é aquilo que qualquer médico de confiança vai te dizer: se você não sabe o que é, melhor não arriscar. Existem formas de “apimentar” a relação que não envolvam se arriscar a substâncias desconhecidas.