Enquanto aqui no Brasil estamos em pleno verão (e morrendo de calor de norte a sul do país), é inverno no Hemisfério Norte – e algumas regiões vêm sendo castigadas por congelantes ondas de frio. Mas, além de temperaturas superbaixas, tempestades de neve e muito gelo, às vezes a natureza surpreende com fenômenos inesperados e pra lá de curiosos, como esse que você pode conferir na imagem a seguir:
Fenômeno raro
O fascinante e imenso círculo que você acabou de ver acima (girando sozinho!), embora tenha “se materializado” da noite para o dia e pareça algo sobrenatural, consiste em uma estrutura que foi criada por obra do frio extremo. De acordo com Peter Dockrill, do site Science Alert, a formação surgiu há alguns dias no Rio Presumpscot, na cidade de Westbrook, em Maine, nos EUA, mede mais ou menos 90 metros e, definitivamente, não se trata de algo que aparece por aí todos dias. Veja:
Segundo Peter, os discos de gelo são fenômenos bastante raros, e esse que surgiu em Westbrook é um dos maiores já registrados. Até onde se tem notícia, essas formações vêm sendo estudadas desde o final do século 19, pelo menos, e os cientistas tiveram que quebrar muito a cabeça para compreender a dinâmica por trás de seu surgimento e do que faz com que girem sozinhas.
Durante muito tempo, a explicação para o fenômeno foi a de que os discos se formavam porque os redemoinhos dos rios, por fluírem de forma mais lenta do que a correnteza principal, eram mais propensos a congelar e criar camadas de gelo na superfície.
Essas camadas, por sua vez, acabavam por manter o movimento circular dos redemoinhos e ficar retidas neles – e iam sendo “esculpidas” pouco a pouco até virarem discos praticamente perfeitos devido ao derretimento das bordas e aos impactos causados pelo contato com as margens do rio, com outros fragmentos de gelo ou detritos presentes na água.
Mas... Tem mais!
No entanto, experimentos conduzidos há alguns anos apontaram que havia outro mistério relacionado aos discos de gelo... Isso porque uma equipe de cientistas recriou o fenômeno em laboratório sem que houvesse redemoinhos na água, em um experimento que revelou que algo mais deveria ser responsável pela movimentação do círculo.
Segundo Peter, os pesquisadores descobriram que, conforme o gelo derrete, a água do disco vai formando uma espécie de vórtice vertical sob o disco – e é ele que faz com que a camada congelada da superfície se mantenha em constante movimento até que o círculo eventualmente se dissolva com o passar do tempo.
Interessante, né? Enfim, basicamente, para que essas curiosas formações surjam, é necessário que exista uma série de elementos e condições ideais. E, apesar de elas serem fascinantes e belas, sua duração é efêmera. Seja como for, o disco de gelo de Westbrook foi “imortalizado” em vídeo – e você pode conferir as belas imagens a seguir: