Um americano de 42 anos que sentia dor ao fazer xixi e ejacular teve uma bala removida de sua bexiga após 18 anos. À época do ferimento, em 1990, os médicos decidiram não operá-lo para não danificar sua saúde. Com o passar do tempo, contudo, uma pedra na bexiga foi formada ao redor do projétil, ficando grande demais para passar pela uretra.
O caso foi publicado no periódico científico Urology Case Reports por Joanna Marantidis, da Frank H. Netter MD School of Medicine da Quinnipac University e Grace Biggs, da Griffin Faculty Physicians em Derby, Connecticut.
Segundo as autoras do relato, os casos de ferimentos a bala no sistema urinário/reprodutivo, como o que fazia o paciente sentir dor ao fazer xixi, são considerados raros, correspondendo a cerca de 10% dos 2,8 milhões de pacientes de traumatismo que dão entrada nos hospitais americanos.
Os procedimentos usados para tratar a dor ao fazer xixi
Para retirar a bala e a pedra na bexiga foi realizada uma cistolitolapaxia, procedimento que consistiu em fragmentar o cálculo com um laser de 1000 μm (equivalente a 1 mm). De acordo com o relato, tanto os fragmentos do projétil como da pedra foram eliminados pela uretra.
Apenas um dos restos da bala, que era afiado demais, não pode ser eliminado seguramente pelo canal urniário. Para terminar de remover os fragmentos, foi realizada uma cistolitotomia , na qual uma incisão foi feita logo abaixo do umbigo para remover um pedaço da bala que media aproximadamente 30 x 25 mm.
Na conclusão, as autoras lembraram que, embora este não seja um caso isolado , ele é um dos que teve maior intervalo entre a data do ferimento e a remoção do projétil de que se tem conhecimento.
Segundo elas, o procedimento correto para os clínicos deveria ser tratar o ferimento de imediato da melhor maneira possível e, em seguida, considerar a remoção completa da bala para evitar complicações a longo prazo, como a pedra na bexiga que causava dor ao fazer xixi e ejacular no paciente em questão.