Data da tragédia: No dia 20 de abril do ano de 2008, o padre Adelir de Carli, ficou conhecido em todo o Brasil como o “padre do balão”, embarcando para um voo de balões de gás hélio que se tornou fatal, sem volta. Curiosamente, a história do pároco e o motivo pelo qual ele escolheu se arriscar em uma viagem com saída na cidade de Paranaguá, no Paraná, até Dourados, no Mato Grosso do Sul voltou a viralizar, desperando a curiosidade das pessoas. Os restos mortais de Adelir foram encontrados meses depois, no mar, no estado do Rio de Janeiro.
Quem era o padre
Adelir Antônio de Carli era natural de Ampére, no Paraná. Já nos anos de 2003, ele se tornou-se padre, assumindo a Paróquia de São Cristóvão, em Paranaguá, no ano seguinte. Ele criou a Pastoral Rodoviária, projeto de prestação de serviços para caminhoneiros que trafegavam na região. O padre era paraquedista experiente e então, resolveu voar a bordo de balões de gás hélio, no objetivo de chamar a atenção e arrecadar dinheiro para financiar obras do que seria um hotel para caminhoneiros, que seria um local de descanso para motoristas que passavam pela cidade portuária de Paranaguá.
Fama e sonho do padre
Adelir ficou bastante conhecido pelas suas “aventuras aéreas” e também pelo trabalho em favor dos direitos humanos. No ano de 2006, ele denunciou a violência contra os moradores de rua, que eram torturadas por agentes da segurança pública de Paranaguá, cidade onde ele morava. Ele também tinha o sonho de ficar 20 horas no ar para quebrar o recorde deste tipo de voo, sendo dois americanos que atingiram a marca de 19 horas voando com balões de gás hélio, batendo o recorde.
Como foi a viagem
Todos os preparativos para a viagem do padre foram acompanhados por inúmeros fiéis, por curiosos e pela imprensa. Antes da decolagem, em um dia de chuva, o religioso celebrou uma missa especial. E mesmo com o céu nublado e o tempo instável, ele resolveu seguir com o voo, em uma cadeira sustentada por 1.000 balões e partiu para a sua maior aventura. Como equipamentos de voo tinham paraquedas, capacete, roupas impermeáveis, aparelho de GPS, celular, telefone por satélite, coletes salva-vidas, traje de voo térmico, alimentos e água.
Contato do padre
E minutos antes de perder completamente a comunicação com as autoridades, o padre comentou que as condições climáticas eram desfavoráveis, citando problemas com o dispositivo de navegação GPS: “Eu preciso entrar em contato com o pessoal para que eles me ensinem a operar esse GPS aqui para dar as coordenadas de latitude e longitude, que é a única forma que alguém por terra possa saber onde eu estou. O celular via satélite fica saindo de área e além do mais a bateria está enfraquecendo”.
E no dia 20 de abril, aconteceu o último contato do padre com a Polícia Militar, por volta das 21h, com a saída às 13h, e quando ele estava a aproximadamente 25 quilômetros do município de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Na época, as investigações apontaram que o mau tempo o teria levado em direção ao mar.
Corpo foi encontrado no mar
O padre foi considerado durante meses como desaparecido. Foram formados diversos grupos de busca, Bombeiros, da Marinha e Aeronáutica, todos foram montados na costa brasileira. Por cerca de um mês eles vasculharam o mar de Santa Catarina. E no dia 4 de julho de 2008, restos do corpo do padre foram encontrados no mar por um barco rebocador que estava prestando serviços à Petrobras próximo à costa de Maricá, no Rio de Janeiro. No exame de DNA, feito no Instituto de Pesquisa Genética Forense a partir de uma amostra de material colhido com o irmão do padre, foi confirmado a identidade de Adelir.