Fotografia mostra visita da família real ao Piauí na década de 20

Aparecem na foto Dom Pedro de Orleans e Bragança, neto do antigo imperador Dom Pedro II, em Parnaíba, acompanhado da esposa e filha.

Família Real no Piauí | Mario Baldi
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Uma fotografia compartilhada Érico Lages através do grupo Therezina do Passado, no Facebook, mostra a visita de descendentes da família real na década de 1920 ao Piauí. Aparecem na foto Dom Pedro de Orleans e Bragança, neto do antigo imperador Dom Pedro II, em Parnaíba, após uma rápida passagem por Teresina, acompanhado da esposa e filha.

A foto está reproduzida em um quadro no Arquivo Público de Teresina e é de autoria do fotógrafo Mario Baldi, que sempre acompanhava o imperador em viagens pelo Brasil e mundo, realizando registros. Dom Pedro de Orleans foi do clã da coroa portuguesa.

Dom Pedro de Órleans. Crédito: Arquivo Público.

Pedro de Alcântara Luís Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança, o nome completo da autoridade, fazia tentativas na época de restauração do reinado da família, tendo, inclusive, apoio de membros da elite. Isso em razão do contexto histórico da época, onde a república andava fragilizada. A democracia permanece até hoje nesse dilema de instabilidade no país.

Para Fonseca Neto, advogado, historiador e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI) que concedeu entrevista ao Jornal Meio Norte, a Proclamação da República significa o conjunto de intenções para construir uma experiência de viver social no Brasil, fundada em princípios de liberdade, justiça e igualdade. “Essa é a ideia de república, uma vontade. Isso vem ao longo da história de maneira mais forte em alguns momentos e mais complicada em outros. Marca a formação da dinâmica do percurso de formação da nação”, explica. 

O anseio pela república ferveu na época em todo o mundo. “No século XVIII e em todo o século XIX isso se intensificou. É algo que vem do iluminismo francês. O Brasil teve uma vontade de democracia tardia em relação aos estadunidenses. O Brasil foi marcado pela monarquia, que aqui prolongou muito. Isso resulta em um atraso muito sério”, avalia o professor universitário. 

Fonseca define que mazelas sociais brasileiras são fruto de uma revolução longe do povo. “Nossa Proclamação da República foi muito elitista. Isso reverbera até hoje. Além de revelar a incompletude gravíssima. São 130 anos, este é um momento que precisamos fazer essa lembrança, de um projeto incompleto. A república foi implantada a partir de um golpe, que afasta o elemento popular. A mobilização e o sonho republicano tinha um quê de povo, mas em um crescendo. Desde a Independência dos Estados Unidos, até à Inconfidência Mineira, de nomenclatura pejorativa, além de insurreições na Bahia, como a Revolta dos Alfaiates. Mas, na essência, até hoje a república está a serviço da elite, pois partiu dela a proclamação, não do povo”, aponta.

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