Um estudo divulgado por uma marca de lentes de contato mostra que 70% dos adultos dos EUA possuem relatos de fadiga visual digital. No Brasil não há estudos específicos sobre o problema, mas a realidade não parece ser muito diferente. O chamado “multi-telismo”, que incluem smartphones, televisões, tablets e outros equipamentos, podem afetar a saúde visual. Os sintomas são dores de cabeça, nos olhos e, por vezes, sensação de visão confusa, além do desconforto de visualizações prolongadas.
É o que explica Walda Eulálio Santos, médica oftalmologista. “É preciso dosar o tempo em frente a telas, e respeitar uma distância mínima de 50 cm. O uso constante de computadores, principalmente com a intensificação do chamado home office, além de smartphones e televisões nos horários de lazer, podem render horas de exposição à luz artificial dessas telas”, revela.
As telas diminuem a produção de lágrimas. “As pessoas piscam menos quando estão assistindo televisão, em frente ao computador ou vendo mensagens no celular. Isso faz com que a superfície do olho fique ressecada, sem lubrificação”, acrescenta a médica.
A oftalmologista indica os livros como forma de um entretenimento menos agressivo para os olhos. “Os livros não emitem luz, além disso, eles ficam inclinados, fazendo com que os olhos fiquem semi-recobertos pelas pálpebras. Os leitores digitais, com a luz interna desligada, opção de tela fosca, também são indicados”, explica.
Walda considera o uso de colírios indicados pelo médico em situações específicas. “No caso é essencial uma consulta médica para avaliar o caso individualmente, mas lágrimas artificiais podem ser indicadas para amenizar o problema. Mas a abstenção de telas é essencial para diminuir o desconforto”, finaliza.