Ex-usuária de crack se torna gerente: ‘Cansei de comer do lixo’

Maíra foi atuar no McDonald’s influenciada pela filha mais velha.

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A história de Maíra Gonçalves de Oliveira Souza, de 38 anos, não perde em nada para o drama de personagem de um filme. Maíra cresceu no meio de traficantes da Pedreira Prado Lopes, no bairro São Cristóvão, região Noroeste de Belo Horizonte, foi morar nas ruas da capital aos 7 anos e se envolveu com drogas.

Ao contrário de muitos que tiveram um fim trágico nesse submundo, ela deu a volta por cima e atualmente é gerente de área de uma unidade do McDonald’s na região da Pampulha, onde lidera 30 atendentes, é responsável pela higiene da cozinha e controla as datas de validade dos ítens.

Aos 11 anos, Maíra começou a beber e a fumar. Aos 13, experimentou cola de sapateiro, loló e benzina. Aos 15, conheceu o crack, cocaína e haxixe. Dos 16 aos 28 anos ficou completamente afundada no crack.

Levada às ruas, com um irmão, pelo pai, recém-separado da mãe e após ter experimentado a ‘lama’, Maíra decidiu mudar de vida há 11 anos, na gravidez da segunda filha e voltar para a casa da mãe: “Foi uma força interior que veio de Deus”.

“Catei latinhas e papelão até ir trabalhar em uma conservadora. Concluí o segundo grau e técnico em telefonia e recepção”, conta. Depois, fez faculdade de marketing.

Nas ruas, Maíra engravidou cinco vezes, sofreu abortos e teve duas filhas, hoje com 10 e 22 anos. Recuperada, ela se casou, está grávida de quatro meses de Gabriel, adotou dois sobrinhos órfãos, tirou carteira de motorista, comprou um carro e pretende fazer pós-graduação.

Maíra foi atuar no McDonald’s influenciada pela filha mais velha, que foi criada pela avó e trabalhava na empresa. “Tento ser exemplo para quem está nas ruas”, comenta. Ela reconhece a importância da mãe, que sempre trabalhou e a acolheu. “Mesmo deficiente da perna, ela fazia faxina e arrumava o cabelo de alguém em troca de comida”, diz.

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