As pessoas são fascinadas com o quarto planeta do Sistema Solar, desde que o descobriram. Marte, depois do nosso, é o mais popular, e isso por vários motivos. Algumas pessoas alimentam a teoria de que há vida no enorme planeta vermelha. Outras dizem que os extraterrestres que vemos em tantas histórias partiram de lá. Já os cientistas o veem com outros olhos e estudam a possibilidade de habitá-lo. Marte foi sempre uma grande fonte de mistérios. Com informações do Fatos Desconhecidos.
E com o passar dos anos, as pesquisas vão ficando mais intensas e os robôs enviados para lá nos dão informações e imagens cheias de detalhes. As descobertas a respeito do Planeta Vermelho não param. Tanto que, uma equipe internacional de cientistas encontrou evidências novas de que, bilhões de anos atrás, rios fluíam pela superfície do planeta.
Essa descoberta pode dar a todos novas ideias sobre a busca de vida antiga em Marte. Nesse estudo, os cientistas analisaram as novas imagens de alta resolução. Elas foram feitas da câmera HiRISE a bordo do Mars Reconnaissance Orbiter da NASA.
"Infelizmente, não temos a capacidade de escalar, olhar para os detalhes em escala mais fina. Mas as impressionantes semelhanças com as rochas sedimentares na Terra deixam muito pouco para a imaginação", disse o autor Francesco Salese, da Universidade de Utrecht, na Holanda.
As imagens capturadas foram transformadas em mapas topográficos 3D da bacia Hellas, em Marte. Ela é uma das maiores crateras de impacto no nosso sistema solar. Então os pesquisadores descobriram depósitos de sedimentos com aproximadamente 200 metros de altura. Esse tamanho é quase o dobro da altura dos Penhascos Brancos de Dover.
"Para formar esses depósitos de 200 metros de espessura precisávamos de condições que exigiriam um ambiente capaz de manter volumes significativos de água líquida", explicou.
Com a descoberta os pesquisadores querem que ela reforce pesquisas futuras a respeito da vida antiga em Marte. "Nunca vimos um afloramento com tanta quantidade de detalhes que definitivamente podemos dizer que é tão antigo", disse Joel Davis, co-autor do estudo e pesquisador de pós-doutorado no Museu de História Natural de Londres.
"Esta é mais uma peça do quebra-cabeça na busca pela vida antiga em Marte. Fornecendo uma nova visão sobre quanta água ocupava essas paisagens antigas", continuou.
"Os rios que formaram essas rochas não foram apenas um evento pontual. Eles provavelmente estavam ativos por dezenas a centenas de milhares de anos", disse Davis.
Essa descoberta só foi possível graças a uma tecnologia que ainda orbita Marte a centenas de milhões de quilômetros do nosso planeta. Como por exemplo a câmera que fica a bordo do Mars Orbiter da NASA. Ela consegue tirar fotos da paisagem de Marte com uma resolução de 24 centímetros por pixel com uma distância de 400 quilômetros.
"Aqui na Terra, rochas sedimentares têm sido usadas por geólogos há gerações para colocar restrições sobre como eram as condições em nosso planeta há milhões ou bilhões de anos atrás", explicou o co-autor William McMahon.
"Agora temos a tecnologia para estender essa metodologia a outro planeta terrestre, Marte. Que abriga um antigo registro de rochas sedimentares que se estende ainda mais no tempo do que o nosso", concluiu.