Será mesmo que uma baleia jubarte teria sido encontrada no litoral do Pará? E como isso teria acontecido? De acordo com fontes seguras, o animal realmente foi encontrado no dia 22 de fevereiro, em uma área de mata na Ilha do Marajó, no litoral de Soure, no Pará, sem sinais de ferimentos visíveis.
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente de Soure afirma que o animal teria morrido no mar e o corpo teria sido levado até a margem da praia pela ressaca: “Devido ao local ser inacessível para máquinas pesadas que possam fazer a remoção da baleia, a expectativa é de que técnicos da ONG Bicho d’Água, parceira da Prefeitura Municipal de Soure, possam realizar, ainda neste sábado [dia 23 de fevereiro 2019], a necrópsia e estudos devidos no próprio local para levantar a causa da morte do animal tão raro por esta região”.
Com 11 metros de comprimento e algumas toneladas, parece bastante assustador encontrar um animal desse porte em terra seca. Porém, a explicação pode estar nos eventos climáticos daqueles dias. No dia 20 de fevereiro de 2019, uma forte ressaca atingiu o litoral com uma série de altas na maré. Isso pode ter contribuido com a desorientação da baleia. No dia 21 de fevereiro, ondas de até 5 metros de altura assolaram a região, o que explicaria o destino do cetáceo. É relativamente comum que baleias encalhadas acabem morrendo por desidratação e falta de ar causada pelo peso corporal, já que a pressão nos pulmões é grande demais fora do mar.
De acordo com a equipe da ONG Bicho D’Água, que esteve no local, o animal não era adulto e a carcaça foi encontrada a cerca de 15 metros de distância da praia, algo não tão raro de acontecer. Se observarmos o mapa do local, é possível observar que a praia é cercada por água em três lados e, devido às cheias, a maré se encarregou de levar a baleia para a floresta.
A fatalidade já se repetiu outras vezes e em 2016 uma baleia encalhou e morreu no município de Marapanim, próximo de Soure. Em 2018 o mesmo aconteceu no arquipélago do Bailique, a 180 quilômetros de Macapá (AP). Falta apenas determinar a causa da morte do animal, o que será feito no próprio local.
Uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde, Saneamento e Meio Ambiente (Semma) do Pará já começou a necropsia na baleia jubarte e o procedimento vai servir para entender como o animal foi parar nesse lugar longe do oceano.