A nudez pode ser literal, através da exposição de um corpo e de órgãos sexuais sem roupa, mas pode ser também simbólica, através da maneira com que cada um enxerga o próprio corpo, e principalmente o próprio sexo.
Quando decidiu por realizar uma série de nus artísticos, o fotógrafo cearense Daniel Fama, decidiu por registrar a segunda opção de nudez. Para conseguir registrar essa inalcançável visão de si em seus modelos, o fotógrafo pediu que cada pessoa fotografada escolhesse um objeto para representar a maneira como vê seu corpo e sexo.
Atores, dançarinos, pintores e outros personagens das cenas culturais de Brasília, onde vive Daniel – assim como interessados anônimos, não ligados às artes – formaram o elenco de 50 pessoas de todos os tipos, tamanhos e cores, clicadas no ensaio que o próprio Daniel afirma revelar uma “relação simbólica com o corpo”. O nome escolhido para o projeto foi [Nu] Objeto.
Outro elemento determinante do trabalho foi o desprendimento com padrões de beleza ou com o corpo que estamos habituados a ver em ensaios de nu. O desejo foi mostrar as pessoas como são, sem tratamento de imagem ou edição que corrigisse particularidades ou especificidades de cada corpo – nada além de uma pessoa, nua, exibindo não só seu corpo sem roupa, como também seus pensamentos, e a maneira como ela própria se vê.