Falar sobre educação sexual é um assunto que divide opiniões. A especialista em sexo Nadia Bokody, que já chegou a “quebrar sua vagina” por usar vibrador seis vezes por dia, por sua vez, defende que mulheres jovens não são ensinadas o suficiente sobre seus próprios corpos e prazer sexual nas escolas.
Nadia, que vive na Austrália, explica, conforme relata ao Mirror Online , que, em vez de deixar à escola ensinar a próxima geração sobre educação sexual , cabe aos pais resolver essa questão. Ela acredita que a melhor forma de fazer isso é entregar à filha adolescente um vibrador e deixá-la experimentar os estímulos sexuais.
Para a especialista, o currículo apresentado das escolas deixa os jovens para baixo, principalmente as mulheres, uma vez que não fornece nenhum entendimento sobre o prazer sexual feminino. “Já os meninos aprendem sobre ejaculação involuntária. O foco das meninas é sempre menstruação e prevenção de gravidez indesejada”, diz.
Reprodução/Instagram/nadiabokody
Ela ressalta que esses são os motivos pelos quais os pais não podem deixar os colégios preparem suas filhas para as “complexidades do sexo”. “Até que o sistema escolar seja eficiente, os adultos realmente precisam falar disso em casa e isso começa com a normalização e o encorajamento da mastubação”, afima.
Nadia acredita que a sociedade cria muito “mistério” e “vergonha” em torno do corpo feminino. "Cerca de 30% das meninas relatam estar com dor quando fazem sexo. Por que isso acontece? Porque elas não sabem como é o prazer sexual. Não podemos dizer ‘vagina’ em voz alta. No lugar, temos que dizer ‘sua área especial’”, alega.
Por outro lado, a especialista diz que entende o fato das pessoas não gostarem de ver os mais jovens fazendo sexo. “Eu também não. Não acho que aos 14 anos a garota esteja realmente preparada para as complexidades emocionais do sexo e nem tem uma boa compreensão sobre contracepção e consentimento”, ressalta.
No entanto, a realidade, conforme alerta, é que esse público está fazendo sexo – e não dá para simplesmente “enterrar a cabeça na areia” e fingir que nada está acontecendo. “A melhor coisa que os pais podem fazer é armar seus filhos com informações e criar um ambiente positivo para o sexo, livre de vergonha”, orienta.
Nadia defende que a melhor forma de criar esse local com as filhas adolescentes é entregando a elas um vibrador . Ela acredita que esse ato dirá à menina que você não está “policiando” o corpo dela e que sua casa é um lugar seguro para conversar sobre você e que, além disso, ela poderá vir até os pais com perguntas e conselhos.
“Ao permitir que suas filhas entendam o que é o prazer sexual , você está capacitando-as a saber a diferença quando estão em uma situação em que um menino pode estar sendo muito áspero ou desconfortável, e realmente falar”, expõe.
Ela ainda ressalta que conversa com mulheres na faixa dos 40 anos que ainda não sabem como é um orgasmo. “Algumas estão em casamentos de mais de 10 anos que fingem atingir o clímax porque têm vergonha de se comunicar com seus maridos sobre isso. Essa vergonha começa na infância quando masturbação e sexo são vistos com mistério e estigma”, afirma.
Por fim, ela fala da importância de ter uma boa educação sexual . "A masturbação é uma maneira muito mais segura e gentil de uma jovem se envolver em sexo do que sair e ter relações com outra pessoa antes de estar emocionalmente e mentalmente pronta. Dada a escolha, você não preferiria que sua filha tocasse o próprio corpo antes de deixar outro tocá-la?”, questiona.