Esqueça aquele conselho de que é preciso ingerir no mínimo dois litros de água por dia. A indicação, de acordo com o urologista, Fernando Almeida, não tem fundamento científico e não garante ser ideal para todas as pessoas. Isso porque, diversos fatores clínicos e ambientais interferem na quantidade necessária de hidratação.
Segundo o médico, algumas situações vão solicitar uma ingestão maior ou menor de água. Nos casos de pacientes com formação de cálculo renal, ou com recorrência em infecção urinária, por exemplo, é preciso beber mais líquido para amenizar e evitar os sintomas.
Em contrapartida, doenças como insuficiência renal, quando o rim não filtra da maneira adequada, e cardíaca, quando o coração não bombeia o sangue corretamente, exigem um cuidado na hora do consumo de água, pois em excesso pode ser prejudicial ao quadro clínico.
O cenário fica um pouco mais tranquilo para quem não tem problemas de saúde. Os fatores como temperatura, umidade do ar e atividade física ganham o posto de motivos que interferem no momento de equilibrar a hidratação.
"Nosso corpo é regulado, portanto, quando o nível de líquido nele estiver baixo, vai solicitar a partir da sede. Esse é o momento de ingerir líquido, e isso varia de acordo com o ambiente e esforço que cada um faz", ressalta o médico.
Para entender se está bebendo água o suficiente, a dica do urologista é fácil: basta analisar a cor da urina, excluindo a primeira do dia, que tende a ser mais concentrada. "A equação é simples: se a urina estiver clara, a quantidade está adequada, mas se estiver mais amarelada, é hora de beber água, mesmo sem muita sede no momento", aconselha.