Quando ouvimos falar em dinossauros, logo pensamos nos dentes, nas garras e na força de grandes carnívoros, não é mesmo? Porém, vários herbívoros também eram muito bem equipados!
Bons exemplos disso são os tricerátopos, com os seus chifres, e os anquilossauros, com as suas caudas. Também podemos acrescentar a esse time o recém-descoberto Bajadasaurus pronuspinax, que tinha espinhos. Ele pertence à família Dicraeosauridae de quadrúpedes herbívoros e caminhava sobre a Terra há 140 milhões de anos, no início do período conhecido como Cretáceo Inferior.
O crânio descoberto na Patagônia Argentina pelo Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) e pela Universidade Maimónides de Buenos Aires é a amostra mais completa de um dicraeossaurídeo.
Espinhos ainda são um mistério
O que faz o Bajadasaurus pronuspinax ser tão especial é o conjunto de espinhos existentes no pescoço. Além de apontarem para uma direção incomum, eles são muitos e podem atingir 1 metro!
“A função dos espinhos nos dicraeossaurídeos ainda é controversa. Com a descoberta do Bajadasaurus, acreditamos que será possível esclarecer algumas questões”, explica Pablo Gallina, pesquisador do Conicet.
Em um artigo publicado na revista Scientific Reports, ele e seus colegas argumentam que os espinhos do Bajadasaurus eram usados para defesa, já que são feitos de osso e cobertos de queratina, o que os torna muito mais resistentes. Eles também acreditam que, devido ao fato de os orifícios dos olhos ficarem perto do topo da cabeça, permitindo que o Bajadasaurus visse ao redor e acima, ele passou grande parte do tempo pastando.
Isso ainda explicaria a direção dos espinhos: eles protegeriam a cabeça e o pescoço do dinossauro de eventuais mordidas. Porém, outras funções seguem sendo consideradas, como regulação de calor e seleção sexual.
Sem dúvidas, ainda temos muito o que aprender sobre essa família pouco conhecida de dinossauros.