Ao aparecer pela primeira vez na sacada da Basílica de São Pedro como papa, na noite de 8 de maio, Leão XIV trazia no peito um símbolo repleto de história e espiritualidade. No centro do objeto, havia um fragmento ósseo de Santo Agostinho, teólogo e figura central na tradição espiritual agostiniana.
O crucifixo usado por Leão XIV em sua apresentação carrega relíquias de cinco figuras centrais da tradição agostiniana, evidenciando sua profunda ligação com a ordem religiosa à qual pertence. Para os agostinianos, Santo Agostinho simboliza o caminho da introspecção e a harmonia entre fé e razão como fundamentos da vida cristã.
Além do fragmento principal de Agostinho, o crucifixo contém relíquias de Santa Mônica, mãe do teólogo; São Tomás de Villanova, arcebispo espanhol do século XVI conhecido por seu trabalho com os pobres; Anselmo Polanco, mártir da Guerra Civil Espanhola; e Giuseppe Bartolomeo Menocchio, bispo italiano dos séculos XVIII e XIX.
A peça foi entregue ao então cardeal Robert Prevost em setembro de 2023, quando foi nomeado cardeal. O presente foi escolhido pelo padre Josef Sciberras, postulador geral da Ordem de Santo Agostinho.
Em entrevista ao Vatican Media, Sciberras contou que, na véspera do conclave, sugeriu a Prevost que levasse o crucifixo como forma de proteção. “Não sei se foi pela mensagem ou não, mas, ao vê-lo usando o crucifixo durante o juramento e novamente ao aparecer na varanda da basílica, fiquei profundamente comovido”, declarou.