A população jovem cada vez mais anda deprimida e infeliz. De acordo com pesquisadores, esse fenômeno tem se agravado ao longo dos anos.
Antes imaginávamos o nosso bem estar em forma de U: teríamos picos de felicidade e satisfação durante a infância, juventude e após os 50 anos. É o que aponta um estudo artigo produzido pela equipe liderada pelo pesquisador da área da economia trabalhista, David Blanchflower, da Universidade de Dartmout. No entanto, na sociedade contemporânea não funciona mais dessa forma e mudanças drásticas ocorreram nos últimos anos.
“Agora, os jovens adultos (em média) são as pessoas menos felizes. A infelicidade agora diminui com a idade, e a felicidade agora aumenta com a idade – e essa mudança parece ter começado por volta de 2017. Os adultos em idade ativa são mais felizes do que os jovens", escreveram.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Essa mudança de padrão já foi anteriormente identificada em quase todas as sociedades humanas testadas, indo de países avançados e ricos a nações em desenvolvimento.
No entanto, é complexo explicar o real motivo que teria provocado essa mudança. As respostas mais fáceis não parecem ser suficientes, como responsabilizar a epidemia de COVID. O mercado de trabalho parece também não ser uma explicação definitiva, já que o bem-estar dos jovens parece ter começado a diminuir bem na época em que os empregos começaram a melhorar.
CURVA EM LINHA RETA
Agora, a curva da felicidade em jovens em forma de U está mais próxima de uma linha reta. Isso porque a satisfação com a vida aparece mais alta no final da vida e mais baixa no início da vida adulta.
De acordo com o estudo, uma em cada nove mulheres jovens na América relatam todos os dias de suas vidas como sendo um dia ruim para a saúde mental. Entre os homens jovens, é um em cada 14 deles.
Além disso, cresceu a procura por serviços de saúde mental entre a população jovem, sendo hospitalizados por automutilação e até mesmo tentando suicídio.