Segundo o último relatório da Euromonitor International, o Brasil perdeu sua posição global como terceiro maior consumidor de refrigerantes para a China. Ainda assim, os brasileiros estão entre os 10 maiores consumidores globais da bebida, alcançando, em 2018, uma média anual per capita de 114,6 litros. Diante de um cenário ainda crítico, dr. Jefferson Brandão, gerente de Odontologia do Seconci-SP , alerta sobre os efeitos do consumo excessivo da bebida aos dentes e às gengivas.
"As bebidas carbonatadas, como os refrigerantes, contêm ácido fosfórico, que reduz o pH da saliva, criando um ambiente propício para a proliferação de algumas bactérias. Além disso, os ácidos e subprodutos do açúcar presentes nos refrigerantes desmineralizam o esmalte dental levando a formação da cárie", explica o dentista. "Em casos extremos, se não houver uma escovação adequada, somado ao esmalte enfraquecido, pode haver a perda do dente".
Ainda que os refrigerantes "zero açúcar" pareçam menos nocivos à saúde, essas bebidas, por conterem aditivos ácidos, podem desgastar o esmalte dos dentes de 30% a 50%, independentemente da presença do açúcar. É o que indica um estudo liderado pela Universidade de Melbourne, na Austrália. "Não é sobre cortar o consumo de refrigerantes, mas se conscientizar sobre seus efeitos e não deixar de lado a higienização bucal", afirma o dentista. Optar por bebidas com menos açúcar como água, leite e suco de fruta 100% natural são formas de reduzir a indicência da cárie.
Atualmente, os cremes dentais possuem dosagem correta de flúor para reduzir o nível de bactérias e a acidez na boca. Além disso, o enxágue da cavidade bucal logo após a ingestão de refrigerantes, a escovação correta - no mínimo, duas vezes por dia com duração de 2 minutos cada - e a utilização do fio dental são hábitos que ajudam a diminuir a incidência de cárie, além de fortalecer o esmalte dental.