Um time de vôlei feminino da Colômbia vem ganhando os holofotes recentemente. Isso porquê, cinco das atletas do Celta Femenino de Voleibol nasceram homens mas através de tratamentos hormonais e cirurgias, realizaram a troca de sexo.
Conhecidas como "chicas trans" (garotas trans, em português), as atletas ainda sonham em defender a seleção colombiana de vôlei. "Queremos ser exemplo e mostrar que o esporte permite o crescimento. Eu quero ganhar uma medalha de ouro e um dia enfrentar as brasileiras", disse María Fernanda, uma das jogadoras.
"Quem nos vê jogar, diz que parecemos mulheres comuns, porque somos muito femininas. Não parecemos homens", disse a capitã Maria Paula à "EFE", cujo nome de batismo é na verdade Pedro Andrés Bojaca Lara. "Estamos buscando formas legais para participar de torneios oficiais. Nós encaminhamos cartas de súplicas à Liga de Voleibol de Cundinamarca, mas nunca tivemos respostas", completou.
No ano de 2004, o então presidente da Federação Internacional de Vôlei , o mexicano Rubén Acosta, chegou a anunciar que trocas de sexo em campeonatos não seriam aceitas por federações associadas.
No entanto, antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI), recomendou para que as federações admitissem atletas transexuais sem exigir que a troca de sexo fosse feita para definir a sexualidade.
A condição apresentada pela entidade para que os homens pudessem competir com as mulheres, foi apresentar nível de testosterona inferior a 10 nanogramos por mililitro de sangue. Vale ressaltar que o nível normal de uma mulher varia entre 3 e 9,5 nanogramas, enquanto o dos homens costumam apresentar de 30 a 120 nanogramas.
"Algumas equipes se negam a nos enfrentam, porque dizem que nossa forma física é superior à das mulheres, mas as equipes com maior nível técnico aceitam porque sabem que nós estamos exigindo mais delas", disse Catalina.
As jogadoras afirmam que o uso de estrógenos diminui gradativamente a foça física de quem nasceu homem. Mas quem as enfrenta, argumenta de que os transexuais levam vantagem física por causa daa estrutura óssea e muscular, que são maiores.
"Os hormônios nos debilitam porque o crescimento das glândulas mamárias gera dor. Isso limita a rotação do braço, a força de bater na bola ou na hora fazer um bloqueio", reforçou María Paula.