As férias de julho terminaram e as aulas do segundo semestre já iniciaram em grande parte das escolas das redes pública e particular. Esse é um momento que pede atenção dos pais e professores, principalmente em relação à saúde ocular dos pequenos. Segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de problema visual.
“Os erros de refração estão entre os mais frequentes e podem comprometer atividades do dia a dia e o aprendizado. Entre eles, a miopia (dificuldade para enxergar objetos que estão longe), a hipermetropia (percepção de embaçamento dos objetos em geral), e o astigmatismo (objetos desfocados ou sombreados, tanto perto como longe)”, destaca o Dr. Fabio Pimenta de Moraes, oftalmopediatra.
Mas afinal, quais indícios apontam que algo está errado?
Em casa
• Dificuldade em reconhecer objetos comuns e pessoas conhecidas a certa distância
• Falta de interesse por atividades normalmente cativantes
• Tropeçar ou bater em objetos e móveis, cair com frequência
Na escola
• “Apertar” os olhos para enxergar
• Levantar de seu lugar e se aproximar da lousa para ler o que está escrito
• Desistir de prestar atenção pela dificuldade de leitura da lousa e apostilas/cadernos
• Dores de cabeça no fim do dia de estudos pelo esforço para tentar ver melhor
Os problemas de refração devem ser corrigidos sempre que limitarem a capacidade visual das crianças, pois podem acarretar um desenvolvimento visual incompleto, comprometer o aprendizado, deixar a criança insegura e mais suscetível a se ferir em quedas ou acidentes. Tão logo seja notada essa condição, é fundamental agendar uma consulta com um oftalmologista para uma avaliação, exames e a prescrição dos óculos.
Rejeição aos óculos: o que fazer?
Reclamar dos óculos e não querer usá-los é muito comum entre as crianças, mesmo percebendo que estão enxergando melhor. Normalmente, isso acontece porque elas não gostam de se sentir diferentes dos amigos. Portanto, é importante que participem da escolha do modelo, para que optem pelo seu preferido.
“Isso é ideal para que a criança se sinta ‘dona’ dos óculos. Caso ainda tenha dificuldade, uma sugestão é que a família e pessoas do círculo social também usem óculos ou pelo menos armações, mesmo que sem grau. Também é importante fazer um reforço positivo pelo uso correto, permitindo atividades que sejam do agrado, como uma ‘premiação’, e evitar broncas excessivas quando a criança retirar os óculos, pois gera um sentimento de antipatia pelo acessório”, orienta o médico.
Atenção desde sempre
O acompanhamento médico deve acontecer desde o início, com uma primeira avaliação dentro do primeiro ano de vida, de preferência entre 4 e 8 meses e, caso esteja tudo normal, a partir de então, anualmente. Assim, a família assegura um desenvolvimento visual saudável para a criança.