O fato é que se os roteiristas tivessem analisado o trabalho da polícia, o depoimento de Andreas, irmão de Suzane, o depoimento da empregada que limpou a cena do crime a mando de Suzane, a história deixaria de se basear apenas nas versões dos advogados e viraria um filme cheio de desdobramentos dignos de uma minissérie policial de 100 capítulos.
Suzane mesmo, a protagonista de toda a história, tem muito mais do que se mostrar do que foi exibido nos filmes. O policial que foi o primeiro a entrar na mansão e se deparou com Manfred e Marísia von Richthofen, mortos por Daniel e Cristian Cravinhos, é Alexandre Paulino Boto. Enquanto ele passeia pelos cômodos, Suzane e Daniel tentam emplacar a tese de que a casa foi assaltada. Boto sai lá de dentro e comunica a Suzane que seus pais estão mortos. Segundo relato do policial, nesse momento, ela amarra o cabelo num coque, arregaça as mangas e pergunta sem derramar uma única lágrima quais providências ela deveria tomar imediatamente. O filme desperdiça essa cena importantíssima para mostrar o perfil frio da assassina.