Com o crescente derretimento do gelo no Ártico devido ao aquecimento global, os ursos polares têm passado cada vez mais tempo em terra caçando alimentos. Essa mudança comportamental aumenta a possibilidade de que um encontro entre esses animais e os seres humanos ocorra.
Os moradores de Belushya Guba, na Rússia, se depararam com essa situação quando mais de 50 ursos polares invadiram a cidade e seus arredores. Dez dos 52 "indivíduos" invasores ficaram constantemente vagando naquela área, enquanto os demais se dispersaram em outros locais.
Em uma declaração para a BBC News, o vice-chefe da administração local disse que os pais estão receosos de deixar seus filhos irem para as escolas. A vida cotidiana em Belushya Guba está em crise, pois os ursos atacaram algumas pessoas e conseguiram entrar em edifícios. Eles já demonstraram um comportamento bastante agressivo — típico de animais selvagens quando estão fora de seu habitat natural.
Segundo o Siberian Times, muitos moradores foram "perseguidos" pelos ursos e agora estão com medo de deixarem suas casas. A agência de conservação de natureza da Rússia, Rosprirodnadzor, recusou-se a liberar licenças para atirar nos animais, que estão ameaçados de extinção. Portanto, apesar do terror, foi recomendado que os moradores apenas tentem manter distância dos ursos para evitar qualquer contato indesejado.
A agência nacional enviou uma equipe profissional para sedar, capturar e afastar os ursos da cidade. Até que a equipe chegue a Belushya Guba, as autoridades locais estão pedindo que os moradores tenham cautela. O objetivo é gerir a situação de forma que não coloque a população em maior risco — nem os animais. Como os ursos não podem ser abatidos, as patrulhas da polícia tentaram assustá-los para que eles retornassem para o seu lugar de origem, mas os animais perderam o medo da investida.
Mesmo contra a recomendação das autoridades, alguns moradores ousados se colocam em perigo ao fazerem vídeos dos animais. Por meio dessas gravações, é possível perceber que os ursos estão se acostumando com a região e se tornando cada vez mais corajosos, invadindo escritórios e até prédios residenciais. A cidade continua em estado de emergência por tempo indeterminado, de acordo com o chefe da comunidade local, Zhigansha Musin.