Ceará realiza a maior repatriação de fósseis da história do Brasil

Ao todo o Estado recuperou 998 fósseis que haviam sido levados ilegalmente para a França

Fósseis de pterossauros, peixes, plantas, insetos e outras espécies de animais foram recuperados | Reprodução
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Após 10 anos de negociações, o Estado do Ceará concretizou na última quinta-feira (14), a maior operação de repatriação de fósseis da história do Brasil. No total foram trazidos de volta ao país 998 fósseis que haviam sido levados para a França de forma ilegal, retirados da chapada do Araripe. Entre as peças repatriadas estão fósseis de pterossauros, peixes, plantas, insetos e outras espécies de animais.

A chegada dos fósseis em solo cearense finaliza o caso iniciado em 2013, quando os bens foram apreendidos por meio de uma operação conjunta das Justiças brasileira e francesa. As peças tinham sido simbolicamente entregues ao Brasil em 2022, em cerimônia realizada em Le Havre, na França.

Os fósseis são datados do período Cretáceo, com aproximadamente de 90 a 110 milhões de anos. O acervo impressiona pela grande variedade, com fósseis de pterossauros, peixes, plantas, insetos e outras espécies de animais, oriundos da Chapada do Araripe, no Cariri.

O professor e diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, Allyson Pinheiro, reforçou que esta é a maior repatriação cultural da história do Brasil. “Estamos falando da maior repatriação em volume de bens culturais brasileiros da história. Estamos vivendo um período muito especial, uma sequência de eventos raros, como o retorno do Ubirajara. Hoje é um dia muito importante e significativo.”

A comitiva estadual que recepcionou e inspecionou as peças foi comandada pela titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Sandra Monteiro. Ela ressaltou todas as medidas feitas pelo Governo do Ceará, há anos, para que este e todo material tomado ilicitamente do território cearense possa retornar para sua devida origem.

“Há alguns anos, nós temos um grande esforço por parte do Governo do Estado para ser feita a defesa do patrimônio cearense e do Brasil. O retorno deste material está para além dos fins científicos. Poderemos pensar em pesquisas, envolvendo institutos nacionais e internacionais, contemplando também o nosso Museu de Paleontologia, no Cariri. Temos, então, uma gama de esforços para que tudo isso fosse concretizado”.

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