Os Estados Unidos, que já contam com um ator no governo de um Estado - Arnold Schwarzenegger, na Califórnia - e tiveram recentemente uma ex-miss no comando de outro - Sarah Palin, no Alasca -, receberam nesta semana a notícia de que o próximo presidente do país pode ser um caubói. E o caubói, neste caso, está nu (ou quase).
O conservador Robert John Burck, de 40 anos, mais conhecido como Naked Cowboy (caubói nu, em inglês), é um guitarrista que se tornou figura simbólica da Times Square, em Nova York - onde costuma tocar vestindo apenas seu chapéu, botas e cuecas.
Ao anunciar que pretende concorrer como um independente (sem partido) à Casa Branca em 2012, Burck disse que "os americanos precisam de um presidente que queira dar poder às pessoas e permitir que o mercado determine os valores".
A declaração é uma clara referência à política econômica do atual presidente, Barack Obama, que após a crise financeira aprovou reformas que regulam o sistema financeiro do país como poucas vezes se viu na terra do livre mercado.
Mas não só da economia dependem as propostas do Caubói Nu. Em entrevista ao R7, Burck defendeu a expulsão de todos os imigrantes ilegais, o aumento da força militar dos EUA e o apoio aos artistas de rua, não necessariamente nessa ordem.
Como bom político, o caubói também deu um jeito de escapar de algumas perguntas, e preferiu não responder se, em sua posse como presidente, manteria o figurino artístico ou apelaria para a dupla terno e gravata. Dificilmente isso será revelado um dia - os presidentes americanos no último século saíram ou do Partido Republicano ou do Democrata, apesar de, a cada eleição, dezenas de figuras folclóricas disputarem como independentes.
Leia a entrevista completa.
R7 - Quais serão as prioridades de seu governo, caso o senhor seja eleito?
Robert Burck - De maneira geral, vou organizar minha política e minhas decisões para criar um governo federal muito menor, descentralizado e responsável. Também vou trabalhar por uma economia dirigida pelo livre mercado e vou promover o verdadeiro poderio militar dos Estados Unidos.
R7 - Quais exatamente são seus planos para tirar os Estados Unidos da crise econômica?
Burck - Vamos parar de gastar como um folião bêbado e aplicar grandes cortes nos impostos para as classes mais altas. Assim, elas poderão investir em meios de produção e criar empregos e riqueza. Indivíduos e empresas são aqueles que fazem dinheiro e beneficiam o trabalhador comum. O papel do governo é simplesmente gerenciar, regular e consumir.
R7 - Ao anunciar sua candidatura, o senhor disse que vai "proteger os Estados Unidos, sua língua, suas fronteiras e sua cultura". Quão importante será a questão da imigração em seu governo?
Burck - Será muito importante. A língua dos Estados Unidos é óbvia: o inglês. Suas fronteiras também são bem simples. Ninguém vai entrar no país se não tiver permissão. Os ilegais deverão sair.
R7 - O senhor acredita que, até 2012, a guerra no Afeganistão terá terminado?
Burck - Não posso especular sobre isso no momento. Mas, se eu estiver no governo, vou cuidar da situação, haja guerra ou não. Se for do interesse dos Estados Unidos lutar e vencer, essa será a solução.
R7 - Como artista de rua, o senhor planeja apoiar essa classe de trabalhadores?
Burck - Sim. A arte e a cultura florescem por si só em uma sociedade livre. Se algo é necessário nessa área, provavelmente é a remoção de regras desnecessárias, como licenças e taxas.