Casal viaja mais de 80 km a pé para não abandonar cachorros

O casal quis deixar Rio Preto para tentar a vida na outra cidade.

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Ir de ônibus da cidade de São José do Rio Preto em direção à Votuporanga, ambas em São Paulo, leva cerca de 1h e meia de carro ou de ônibus. Mas, quando o casal Renata, 27, e Carlos Barbato, 37, planejaram a viagem, não contavam com o fato de que seus dois mascotes (ou filhos, como eles preferem chamá-los), Milady e Paçoca, seriam impedidos de entrar no coletivo intermunicipal. Decididos a viajar com os cães, Renata e Carlos resolveram então fazer o percurso de 82 km a pé, e em seis dias.

“Eu tomei um susto quando vi os dois na minha porta com um carrinho de compras e os dois cachorros em cima. Eles acharam o carrinho de supermercado na rua, arrumaram as coisas deles e vieram para cá”, disse Alexandra Correa, prima de Renata, que os recebeu em Votuporanga.

O casal resolveu deixar Rio Preto para tentar a vida na outra cidade. Apesar de terem ganhado as passagens de ônibus, nem pensaram duas vezes ao serem impedidos de entrar com os animais na condução.

“Não dá para dizer o tanto de apego que eles têm aos cachorros. Tratam esses bichinhos que nem gente. É até engraçado de ver quanto amor que eles têm pelos bichinhos. A Renata sempre fala: "Como não podemos ter filhos, eles são nossos filhos". O pelo do Paçoca brilha que é uma beleza!”, disse Alexandra.

Durante os seis dias da viagem, o casal dormiu em casas abandonadas e pediu comida em restaurantes das cidades em que iam parando. E é claro os mascotes não passaram fome ou sede no percurso.

“Eles ficavam no carrinho que a Renata e o Carlos arranjaram. Eles pediam água e comida para os cachorros nos lugares onde paravam. Ela disse que eles ganharam carne assada em um dos restaurantes do caminho e que deram para a Milady e para o Paçoca não passarem fome”, contou Alexandra aos risos.

O casal ficou hospedado na primeira noite em Votuporanga na casa de Alexandra, mas resolveram ir para um galpão abandonado só para poderem dormir com os cães, já que a casa de Alexandra não comporta toda a família dela, o casal e os animais.

— Esses cachorros são a alegria deles. Às vezes eu passo ali no galpão e vejo os quatro dormindo. Eles dois e os cachorros em cima. É muito amor e carinho — disse.

O casal agora está em busca de ajuda para pagar aluguel e para comprar ração para os cães. Enquanto isso, Carlos e Renata aguardam a data para começarem a trabalhar na cidade.

— O Carlos vai começar a trabalhar em alguns dias, mas até receber não dá para pagar o primeiro aluguel. Eles arrumaram um lugar que tem o aluguel de R$ 350. E já ganharam muitos móveis que estão guardados aqui em casa — contou Alexandra.

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