O professor John Michael Bailey, da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, deixou que um casal demonstrasse aos alunos ? na prática ? como funciona um orgasmo. O episódio aconteceu após uma aula convencional, em uma palestra em que a presença dos alunos não era obrigatória. Os três palestrantes eram ligados à cena BDSM, formada por um grupo de pessoas que têm fetiches como o bondage (prazer ligado à imobilização do parceiro), o sadismo e o masoquismo.
A ideia era que os palestrantes falassem sobre seu estilo de vida incomum. Mas eles chegaram mais cedo, bem na hora em que o professor falava sobre a existência controversa do ponto G e da ejaculação feminina. Foi o suficiente para que um dos palestrantes convidados, Jim Marcus, de 44 anos, sugerisse que ele e sua noiva, Faith Kroll, 25, dessem um exemplo genuíno de ejaculação feminina com a utilização de um brinquedo erótico.
Após uma breve hesitação, o professor concordou. Foram dez minutos de ?apresentação?. Não houve ejaculação, porém. ?Eu não consegui pensar em uma razão legítima para proibir que as pessoas vissem aquilo, e ainda não consigo?, disse à repórter Tracy Clark-Flory, do Salon (leia a reportagem). De acordo com ele, os estudantes foram repetidamente avisados sobre o que veriam. ?Aqueles que ficassem desconfortáveis com a ideia teriam permissão para sair?.
A aula virou tema de uma reportagem do jornal da faculdade, o que deixou muita gente perplexa. Evidentemente, foi impossível manter segredo, a história vazou e o professor recebeu inúmeras críticas, inclusive do reitor da universidade, Morton Schapiro. Ele divulgou uma declaração em que critica ?o julgamento extremamente infeliz do professor? e afirma que será instaurada uma investigação oficial.
Bailey, por sua vez, diz que o que ocorreu reforça o fato de que uma parte significativa da sociedade é muito conservadora. ?Algumas pessoas estão se sentindo ultrajadas por interações sexuais que não prejudicam ninguém?, afirma.
Embora seja estranho que um curso que aborda a sexualidade humana se cerque de tabus, vale pensar se a faculdade é o lugar apropriado para o sexo explícito e se o sexo explícito tem, de fato, valor pedagógico. O que você acha?