“Carta do Diabo” escrita por freira possuída é lida após 300 anos

Os especialistas analisaram as 15 linhas produzidas pela religiosa

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Escrita a exatos 341 anos, uma carta deixada por uma freira supostamente possuída pelo demônio foi recentemente decifrada por pesquisadores italianos. A religiosa, rebatizada como Maria Crocifissa della Concezione após trocar o nome Isabella Tomasi, fazia parte do mosteiro de Palma di Mantechiaro, localizado na Sicília, em 1676, quando alegou ter recebido a presença do Diabo. Ela contou ter acordado coberta de tinta com a carta a sua frente. Ela teria então sido possuída e obrigada a escrever as palavras.

Desde então, estudiosos do país vêm tentando decifrar a enigmática mensagem deixada pela freira, que contêm, dentre símbolos do alfabeto grego, caracteres árabes.

Com ajuda de um programa encontrado na "deep web", a equipe do Centro de Ciência Ludum, em Catania, conseguiu decodificar a mensagem. "Nós utilizamos o software com grego antigo, árabe, alfabeto rúnico e latim", contou Daniele Abete, diretora do centro ao "The Times", afirmando que, conscientes de que a freira tinha profundo conhecimento em linguística, acreditam que a carta tenha sido escrita em uma língua inventada por ela mesma.

Por fim, os especialistas analisaram as 15 linhas produzidas pela religiosa e descobriram que seu conteúdo discute a relação entre homens, Deus e Satanás. Dentre as mensagens escritas, Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo são descritos como "pesos mortos". "Deus pensa que ele pode libertar mortais", afirma a carta, dizendo ainda que Deus foi inventado pelos homens e "esse sistema não funciona para ninguém".

"Eu pessoalmente acredito que a freira tinha um bom domínio de linguística, o que a permitiu inventar o código e talvez tenha sofrido de esquizofrenia, o que a faz imaginar diálogos com o Diabo", finalizou Daniele Abate.

Atualmente, a carta original está exposta na torre da Categral de Agrigento.

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